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Paternidade responsável

Por José Odécio de Camargo Júnior

07 de agosto de 2020, às 08h07

Para mim o segundo domingo de agosto sempre foi uma alegria. Meu pai, o Jose Odecio (Décio), hoje já com seus quase 90 anos, representa na íntegra a figura homenageada nessa data: o Pai. Ele é o meu grande amigo e meu exemplo, poderia dizer que me espelho nele, afinal, até meu nome foi totalmente inspirado no seu. Perto do meu pai, sou o Júnior.

Mas essa alegria não é absoluta entre os brasileiros. Sou advogado há mais de trinta anos e já perdi as contas de quantas ações judiciais vi para o reconhecimento de paternidade de filhos. A dura realidade não se limita apenas a minha cidade, Americana, mas a todo o Brasil. São mais de 5,5 milhões de crianças/pessoas que não possuem o nome do pai nos registros de nascimento, segundo o Conselho Nacional de Justiça – CNJ.

Uma lacuna não só no documento pessoal, mas também na formação da personalidade de uma criança. A figura paterna, ou a pessoa mais próxima da criança depois da mãe, é tão responsável por sua formação psíquica e emocional quanto a genitora. Quem diz isso são os psicólogos com base em pesquisas ao longo dos últimos anos. Isso faz muito sentido, afinal, carrego comigo muitas marcas do caráter do meu pai na minha personalidade.

A Justiça, e eu a conheço bem, cumpre seu papel de garantir o direito do cidadão ao reconhecimento paterno. No entanto, ainda existem muitos casos não alcançados por esse serviço, seja pela omissão de informações ou desinteresse de alguma parte.

A realidade é que, como cidadãos, todos podemos contribuir com informações e apoio na formação dessa futura geração. Gosto das políticas públicas porque através delas podemos ser provedores de uma boa educação, saúde eficaz, desenvolvimento, assistência social e muitos outros serviços de incentivo.

* José Odécio de Camargo Júnior é advogado

Colaboração

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