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Editorial

Paralisação e alerta

Por Redação

05 de dezembro de 2021, às 07h45

A oferta com qualidade de transporte público sempre foi um dos principais desafios dos gestores. Não por acaso, o tema muitas vezes é pano de fundo de situações problemáticas justamente porque dele dependem milhões de cidadãos.

Em Americana, o transporte público tem os seus problemas há décadas. Há poucos anos, sofreu uma intervenção drástica da gestão do ex-prefeito Omar Najar, que, descontente com as concessionárias, determinou que outra assumisse o serviço. A escolhida foi a Sancetur – que opera com o nome de Sou Americana.

Depois de uma série de prorrogações de contratos emergenciais e uma licitação que se arrastou para sair do papel, a prestação do serviço parecia ter se pacificado. Mas, na última semana, uma paralisação de funcionários da empresa mostrou que tal cenário pode mudar num estalar de dedos.

Na quarta, motoristas cruzaram os braços depois que a Sancetur não depositou a primeira parcela do 13º salário e tentou fazer uma migração dos colaboradores para outra empresa, algo classificado como coercitivo e ilegal por sindicalistas. A paralisação durou toda a manhã, deixou milhares sem transporte e gerou uma enxurrada de críticas de vereadores, que decidiram convocar um representante da empresa para dar explicações.

Conforme mostrou o LIBERAL neste sábado, Americana tem uma das passagens mais caras do Estado, entre cidades de porte semelhante, paga subsídio e, mesmo assim, vê o transporte público ser criticado pela população e gerido por uma empresa que parece não prezar muito por seus trabalhadores – e também pela transparência, dada a falta de respostas às reportagens e questionamentos do LIBERAL. O recente episódio é um alerta para a instabilidade do serviço. É preciso que os fiscais legais da concessão estejam atentos para que a cidade não fique, mais uma vez, a pé.

O Liberal

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