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Histórias de Americana

Para que servem os monumentos em Americana?

Espalhados por áreas públicas, passamos por vários destes objetos cotidianamente

Por Mariana Spaulucci Feltrin

08 de agosto de 2021, às 10h33

Busto do Dr. Antônio Lobo - Foto: Arquivo / O Liberal

Americana possui diversos tipos de monumentos que indicam a importância e homenageiam pessoas, instituições e acontecimentos históricos. Espalhados por áreas públicas, passamos por vários destes objetos cotidianamente, seja ele o famoso portal na Avenida Antônio Pinto Duarte, o busto de Antônio Lobo próximo ao terminal ou até mesmo o obelisco das famílias de imigrantes estadunidenses na Praça das Américas. Dependendo do significado, podemos reconhecer referências, entretanto, na maior parte das vezes, não fazemos ideia de quem ou o que está retratado.

Em um contexto mais amplo, recentemente os monumentos têm sido alvo de destruições populares em países estrangeiros, como a estátua do colonizador Cristóvão Colombo, em vários países, e da rainha inglesa Vitória, no Canadá. No Brasil, a estátua do bandeirante Borba Gato e o Monumento às Bandeiras em São Paulo também foram questionados em ações de grupos que criticam o que estes e outros monumentos representam na história do país.

A principal crítica está ligada à seleção do que é rememorado nos espaços públicos, pois racistas, genocidas e a elite que fizeram parte da construção da sociedade atual estão majoritariamente perpetuados nesses objetos. Os formatos variam entre as propostas artísticas, porém, o bronze e o concreto são largamente utilizados como materiais, não à toa, dado que são materiais lentamente deteriorados e indicam a sua imposição ao longo do tempo.

Na atualidade, encontramos estátuas e outros símbolos que não representam ou homenageiam a diversificação dos grupos que integram a sociedade, ao contrário, os monumentos foram construídos como heranças da barbárie de um passado racista e elitizado. Não cabe aqui a discussão se a destruição destes patrimônios é a saída, mas sobre qual olhar do passado queremos reconhecer nas ruas da cidade por meio desses objetos.

Na vigente perspectiva, os monumentos estão sendo questionados, avaliados, ressignificados ou até mesmo destruídos. Portanto, a pergunta do título desse texto deve ser reformulada: afinal, para quem servem os monumentos em Americana?

Mariana Spaulucci Feltrin é membro do grupo Historiadores Independentes de Carioba, dedicado à pesquisa história sobre Americana

Historiadores de Carioba

Blog abastecido pelo grupo Historiadores Independentes de Carioba, que se dedica à pesquisa histórica sobre Americana.