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Editorial

Palco repetido

Por Redação

17 de outubro de 2020, às 06h44

Uma nova suspeita de crimes sexuais volta a colocar a Basílica de Americana nas páginas policiais. Depois do escândalo envolvendo o padre Pedro Leandro Ricardo, de repercussão nacional, a igreja que é símbolo religioso e histórico do município se vê envolta em um ambiente de desconfiança e investigação.

Na quinta-feira, sem qualquer alarde, agentes da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) prenderam um homem de 32 anos suspeito de abusar de crianças e adolescentes que frequentavam a igreja. A prisão ocorreu dentro da Basílica e foi pedida pela polícia à Justiça após investigações baseadas em denúncias das supostas vítimas.

De acordo com a delegada responsável pelo caso, os relatos apontam que o suspeito assediava crianças e adolescentes, sempre do gênero masculino, com “intuito libidinoso”. As denúncias recebidas dizem ainda que duas vítimas teriam sido abusadas na casa do homem.

O alvo da investigação policial, um ministro extraordinário da comunhão, está longe de ter a relevância de um pároco ou de um reitor, como era o caso de Leandro, mas, ainda assim, exerce uma função de grande confiança dentro de uma comunidade religiosa, especialmente uma com a tradição como a de Santo Antônio.

As investigações da polícia continuam e devem se aprofundar com os cumprimentos dos mandados de prisão. A apreensão de mídias eletrônicas, com pendrives, podem levar a outros rumos.

Triste é, porém, o fato de que, tão pouco tempo após ser palco de um dos maiores escândalos da igreja católica, a Basílica americanense volte a ser coberta por um ambiente nebuloso.

Apesar da individualização de condutas, é de se questionar o quanto as instituições eclesiais têm se esmerado para conter e punir comportamentos predatórios antes que eles se tornem caso de polícia e ganhem notas de repúdio.

O Liberal

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