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País esfomeado se alimenta de osso

Por Júlio César Cardoso

26 de outubro de 2021, às 07h36 • Última atualização em 26 de outubro de 2021, às 07h37

A triste realidade do Brasil atual: “osso é vendido e não dado”, conforme consta de cartaz afixado em açougue de Florianópolis, em Santa Catarina. Este é o retrato de um País mal dirigido e que envergonha a todos.

Trata-se de cena patética, nunca vista, em um País produtor de alimentos, cuja população desassistida passa fome. Entra governo e sai governo, mas o problema continua insolúvel.

E para piorar, agora é o dragão da inflação que ressurge, atingindo principalmente as camadas mais humildes, que não podem comer sequer um pedaço de carne de segunda. Não venham, segmentos governistas, transferir a causa da inflação, por exemplo, aos efeitos da pandemia do coronavírus, pois o resto do mundo enfrenta a mesma situação.

O Brasil indubitavelmente é um País bumerangue, cujos problemas são resolvidos de forma paliativa. A gente carece de política social séria de curto, médio e longo prazo. A fragilidade de sua plataforma para combater os problemas sociais decorre de sua cultura política e governamental corrompida, a qual conduz a nação sob o interesse de grupos que só desejam tirar proveito da coisa pública. Como aceitar que um País produtor de alimentos e petróleo submeta o consumidor nacional às variações de preços do mercado internacional? Essa lógica de mercado especulativo interessa aos exportadores.

Ora, as mercadorias que aqui são extraídas ou produzidas têm que ser negociadas dentro do mercado interno. Os grandes conglomerados que são exportadores não podem só pensar nos lucros exorbitantes.

O consumidor nacional, mormente o de baixa renda, não pode ficar inviabilizado de consumir bens — a preços irrazoáveis — que aqui são produzidos. Produzimos mercadorias e não podemos consumir? O preço das mercadorias aqui produzidas e negociadas no mercando interno deveria ser menor ao praticado no mercado externo. E cabe ao Congresso Nacional examinar o mais rápido possível esta questão.

Júlio César Cardoso é servidor federal aposentado

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