Quando a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) teve início, uma das notícias menos negativas em um cenário de mortes e pavor em relação ao vírus veio das seções de meio ambiente dos jornais. Com o isolamento – ainda necessário – para conter o vírus em diversas cidades do mundo, os níveis de poluição tiveram uma redução significativa. Com grande parte da população em casa e atividades interrompidas, inclusive, em indústrias, automóveis deixaram de circular e de emitir poluentes, por exemplo

Este cenário, porém, não encontra semelhança com o que se vê pelos municípios da RPT (Região do Polo Têxtil). Reportagem do LIBERAL desta edição informa que um estudo do Cepagri, o centro de pesquisas meteorológicas e climáticas da Unicamp, revela, na verdade, uma piora na qualidade do ar das cidades locais. A análise se baseou em dados da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) que monitora, entre outros aspectos, partículas suspensas no ar.

A quantidade de partículas na região cresceu mesmo após o início do isolamento. Entre as explicações, segundo um dos pesquisadores do estudo, estão o inverno mais seco dos últimos 30 anos e um aumento no número de queimadas, que chegam a ser registradas em radares meteorológicos.

Em relação a primeira hipótese, pouco parece possível de ser feito, mas o mesmo não se pode dizer sobre as queimadas. Em Americana e Santa Bárbara, a visão de um céu enfumaçado tem sido recorrente por estes dias.

E, apesar de esforços do poder público e de proibições previstas em lei, nada sugere algo eficaz na contenção. Isso sem falar das queimadas menores, feitas para limpar terrenos baldios dentro de bairros residenciais.

Penas mais duras e fiscalizações mais incisivas, além de publicidade para denúncias da população poderiam ser adotadas. Não é apenas uma questão legal ou de meio ambiente, mas de saúde pública.