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Editorial

Outra quarentena

Por Grupo Liberal

18 de abril de 2020, às 11h46 • Última atualização em 27 de abril de 2020, às 11h46

Em anúncio no início da tarde desta sexta-feira, o governador João Doria definiu uma nova data para o fim da quarentena contra a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) no Estado. Isso implica que as restrições ao funcionamento de comércios e a recomendação de isolamento social prosseguem, pelo menos, até o dia 10 de maio.

A decisão do Estado, dizem as autoridades, está baseada no parecer de um grupo de 15 especialistas em medicina e ciência que integram o Comitê de Contingência em São Paulo contra o vírus. Para o governador, não há, no momento, segurança para reabrir o comércio.

São Paulo é o epicentro do coronavírus no Brasil. Cidade mais populosa e por onde chegam milhares de estrangeiros todos os dias – pelo menos até o início das restrições –, a capital paulista, sozinha, registra quase a metade de todos os óbitos por Covid-19 no País.

A decisão do Estado em prorrogar a quarentena nos municípios paulistas é, porém, motivo real de preocupação para muitas famílias e trabalhadores. Sem dúvida, grande parte da população em São Paulo já sofre e deverá sofrer ainda mais com os impactos econômicos. Lojas, empresas, indústrias perdem faturamento a cada dia que passa nesta crise, que irá impor reduções salariais e demissões e a diminuição da renda e poder de compra.

Junte-se ao sofrimento a falta de um prazo para que esta situação inédita chegue ao fim. Por mais que haja previsões, o comportamento pouco conhecido do vírus – que mata mais em um do que em outros países e localidades – torna difícil cravar a volta à vida normal.

Além do desafio de se combater o vírus, há, neste cenário todo de estresse, comportamentos na contramão como os que estamos assistindo em Americana e região. Carreatas defendem que os comércios voltem a funcionar, uma flexibilização do isolamento que se baseia, em grande parte, pelo fato de que a região não é tão afetada assim a ponto de se interromper tão bruscamente as atividades.

Os defensores do isolamento se colocam em posição complicada. Se tão “poucos casos” ocorrem, pode ser que a medida, rígida, esteja funcionando. Se a medida funciona, os descrentes podem achar que o problema não existe.

Entre um lado e outro, os especialistas são claros: o isolamento é a melhor opção para o momento, sem que isso exima as autoridades de se sentarem para discutir os rumos da economia em meio à pandemia e até fazer adequações. Os impactos econômicos parecem graves, mas ainda assim, representam uma consequência menor do que as milhares de mortes que crescem.

O Liberal

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