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Editorial

Os números da dengue

Por Grupo Liberal

22 de abril de 2020, às 11h48 • Última atualização em 27 de abril de 2020, às 11h49

Em abril de 2019, Americana viu explodir uma nova epidemia de dengue. No início daquele mês, a cidade – que já tinha registrado milhares de infectados em 2014 e 2015 – contabilizava 749 casos da doença. Trinta dias depois, este número triplicaria, alcançando mais de 2,3 mil casos. Em maio, a situação continuaria piorando. Se em abril de 2019 Americana viu serem confirmadas 1,6 mil ocorrências de dengue, no mês seguinte, seriam mais 1,9 mil para a conta. Ao final do ano passado, o município encerraria as estatísticas com 4,5 mil pessoas que tiveram dengue, o terceiro maior número já contabilizado até então.

A explosão de casos em 2019 foi atribuída à circulação de um novo subtipo do vírus da dengue, ao qual a população não estava imune. Sendo assim, até mesmo quem já havia se contaminado em outra ocasião estava sujeito novamente. A epidemia da dengue no ano passado também foi atípica do ponto de vista da sazonalidade e do período das infecções. Se nas epidemias de 2014 e 2015 o pico se deu no mês de abril, com queda a partir de maio, em 2019, a doença se proliferou de forma atrasada. Os casos explodiram em abril, mas tiveram o pico apenas em maio.

Para 2020, o temor de uma nova epidemia era real. Isso porque, segundo especialistas e autoridades de saúde, havia o risco de o novo subtipo do vírus continuar em circulação. Reportagem do LIBERAL nesta terça-feira, porém, mostrou que as estatísticas de contaminações estão longe de refletir uma temporada caótica para a doença, por ora. Enquanto no ano passado, a cidade registrava até março ao menos 749 casos, neste ano, os dados mais atuais da dengue, segundo a prefeitura informou na semana passada, reportam 216 infectados até agora.

As explicações para os números são mais complexas do que parecem. Mas, dentre elas, está justamente um fator que tem grande participação na proliferação do mosquito: chuva. Na região, março de 2020 foi o segundo mais seco dos últimos 20 anos, segundo o Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura). Em Americana, as chuvas durante os 31 dias foram apenas 34% da esperada.

Não há nenhuma razão, entretanto, que justifique não nos mobilizarmos para continuar a conter o mosquito. Mesmo em meio ao inédito cenário provocado pelo novo coronavírus (Covid-19), é preciso que a população se atenha aos cuidados de sempre, que envolvem basicamente limpeza doméstica, e que o poder público permaneça com ações preventivas, como as visitas casa a casa e a orientação permanente.

O Liberal

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