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Pelas Páginas da Literatura

Oito personagens femininas fortes da literatura

Blog Pelas Páginas da Literatura traz uma lista de mulheres inspiradoras que aparecem em bons livros

Por Marina Zanaki

06 de março de 2022, às 08h06 • Última atualização em 06 de março de 2022, às 08h07

A literatura está repleta de personagens femininas fortes e interessantes. Nem sempre foi assim, já que sobram casos de homens descrevendo mulheres de maneira caricata, sexualizada e até desrespeitosa, tanto no passado quanto no presente.

A partir do século XIX, novas escritoras passaram a forjar seu espaço e publicar livros com personagens muito mais reais – mesmo que assinando suas obras com nomes masculinos. Elas contribuíram para melhorar a forma como a mulher foi retratada na literatura, além de abrir portas para as novas gerações de escritoras.

Nesse Dia da Mulher, fiz uma lista de personagens femininas que me marcaram ao longo da vida. Muitas delas foram escritas justamente na época em que as mulheres começavam a publicar livros, mas há também personagens de obras contemporâneas. Boa leitura!

Smita, de “A Trança”

Nesse livro lançado no ano passado por Laetitia Colombani, conhecemos as histórias de três mulheres vivendo dramas e conflitos. A personagem que mais me marcou foi a indiana Smita, que vive na miséria, mas ainda assim se agarra ao sonho de que a filha tenha mais dignidade. Em sua potente maternidade, faz inúmeros sacrifícios pela pequena.

Capitu, de “Dom Casmurro”

O clássico de Machado de Assis ficou imortalizado com a dúvida se Capitu traiu ou não Bentinho. Na verdade, essa pergunta revela muito mais sobre o inseguro e imaturo Bentinho do que sobre o caráter de sua esposa. Ao longo de toda a obra, somos apresentados a uma mulher forte, inteligente e bela, qualidades que despertam o ciúme do marido. Muita gente já leu esse livro na época da escola, mas vale a relê-lo sob outras óticas.

Jo March, de “Mulherzinhas”

Quando Louisa May Alcott escreveu seu livro que foi um sucesso de vendas, se inspirou na própria família para a criação das personagens. A irreverente Jo é um retrato da própria escritora, que lutava para viver de sua arte e não queria se casar. Entre todas as irmãs March, Jo é a mais original e responsável pelos melhores momentos do livro.

Bronca Siwanoy, de “Nós somos a cidade”

Nesse livro estranho, a cidade de Nova York se personifica em alguns cidadãos. Um deles é Bronca, que se torna o distrito do Bronx. Para além de toda a trama envolvendo a cidade, ela é a personagem que tem a melhor história individual. Bronca é uma indígena lenape que dirige uma escola de artes. Ela precisa resistir a um grupo de neonazistas que tenta expor quadros racistas e misóginos. Bronca é muito inteligente e admirável, e uma das melhores personagens desse livro.

Aurélia Camargo, de “Senhora”

Nesse outro clássico da literatura nacional, José de Alencar nos apresenta Aurélia, uma mulher pobre que é esnobada pelo homem que ama por conta de sua situação financeira. Mas ela herda uma fortuna e elabora um plano de vingança contra seu ex-namorado. É um livro que muita gente pode ter torcido o nariz na época da escola, mas que traz uma personagem feminina muito interessante.

Anne Elliot, de “Persuassão”

Escrito na maturidade de Jane Austen, esse livro acompanha uma das personagens mais interessantes da autora britânica. Anne rompe um relacionamento na juventude após ser persuadida por uma das pessoas que mais confia. Ela se arrepende da decisão, e o livro é sobre como Anne lida com esse sentimento. Sua força fica evidente em dois pontos: ela não se amargura com o passado, mas ao mesmo tempo se mantém firme e resiliente.

Susannah, de “A Torre Negra”

O que uma mulher negra, deficiente e com dupla personalidade pode fazer em um mundo de velho oeste dominado por homens? Susannah parece deslocada nesse cenário, mas a verdade é que se torna uma das personagens mais importante da longa série de Stephen King, se mostrando uma pistoleira afiada e uma mulher forte em vários sentidos.  

Jane Eyre, de “Jane Eyre”

Na obra-prima de Charlotte Brontë, acompanhamos a vida da personagem-título desde o nascimento até a vida adulta, passando por muitos obstáculos sem nunca abrir mão do que considera correto. O arco da personagem é repleto de conflitos morais, o que torna essa história apaixonante.

Marina Zanaki

Repórter do LIBERAL, a jornalista Marina Zanaki é aficionada pela literatura e discutirá, neste blog, temas relacionados ao universo literário.