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O silêncio no abuso sexual infantil

Por Roberto Alves

29 de maio de 2020, às 08h48

O isolamento social, uma medida importante para proteger as famílias do coronavírus, tornou-se um perigo à vida de milhares de crianças e adolescentes no Brasil. Vítimas silenciosas de abuso sexual, elas estão convivendo 24 horas por dia com seus algozes, trancadas em seus lares, estando num perigo ainda maior, sem que as autoridades possam ser alertadas.

A pandemia deu luz a essa triste realidade: a violência sexual infantil subnotificada, que acontece dentro de casa, no seio familiar. Um levantamento feito pelo Ministério da Saúde, com base em dados consolidados de 2018, aponta que a cada quatro casos de abuso sexual atendidos pelas unidades de saúde no Brasil, pelo menos um foi cometido por parentes das vítimas ou pessoas de confiança da família. Essa situação tende a piorar, por causa do isolamento.

O abuso sexual é um crime que atinge milhares de crianças e adolescentes em nosso país. Um desafio que deve ser enfrentado com coragem, porque a audácia dos criminosos não tem limites. Neste mês, quando é lembrado o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, o Brasil faz uma reflexão sobre a morte da pequena Araceli Crespo, violentada sexualmente e morta no Espírito Santo.

Areceli é símbolo maior dessa luta. Por isso, é nossa missão trabalhar tanto para fortalecer as instituições que atuam na linha de frente – CRAS, conselhos tutelares, polícias, Ministério Público, entre outras – quanto para tornar mais rigorosas as leis que tratam de assédio, abuso e estupro de vulnerável, inclusive pela internet.

Como presidente da Frente Parlamentar Contra o Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, reforço que a luta contra a violência sexual infantil é de todos nós. Se você conhece alguma criança ou adolescente que foi ou esteja sendo vítima, denuncie à polícia ou disque 100.

*Roberto Alves é deputado federal paulista pelo partido Republicanos

Colaboração

Artigos de opinião enviados pelos leitores do LIBERAL. Para colaborar, envie os textos para o e-mail opiniao@liberal.com.br.