Sempre acompanhei de alguma forma a vida do tradicional o LIBERAL, que completou 69 anos no dia 1º deste mês. Aliás, quase nascemos na mesma data. Eu, em maio.

Mesmo tendo nascido e criado em Santa Bárbara, absorvi desde cedo a influência do LIBERAL, pela sua força e penetração regional.

Ainda garotinho, fui aprender a arte tipográfica numa gráfica que somente confeccionava um pequeno jornal, o Jornal do Povo, de Santa Bárbara. Depois fui para o Jornal D’Oeste, onde fiz de tudo e até me transformei em seu redator.

O LIBERAL era nossa referência. Editorial e gráfica. Estava muito à frente, e muitas vezes fui à Rua Washington Luiz – então sede do jornal – para “comprar” serviços de linotipia. Não tínhamos uma linotipo, máquina automática de composição das linhas por matrizes. Comprávamos também serviços de confecção de clichês, sendo que as fotografias tinham que ser transferidas para plástico ou zinco.

Minha carreira acabou derivando para Recursos Humanos, mas nunca me desliguei do cheiro da tinta, do calor das redações, suas vitórias, decepções, glórias, campanhas memoráveis, nascimentos e mortes. Registros do que há de mais elevado na alma humana, e também da limitação do ser, suas falhas, crimes, desventuras, conflitos.

O LIBERAL é o grande depositário da evolução da cidade de Americana. Seus arquivos valiosos retratam o que de mais concreto aconteceu ao longo dos últimos quase 70 anos. O jornalismo independente é fator preponderante na democracia, vigilância e controle.

Na era digital os jornais enfrentam enormes desafios, e o Grupo Liberal vem se adequando e acompanhando as tendências. Eu prefiro ler o jornal no papel, tradição e sensação de mais credibilidade. Mantenho assinatura há décadas e posso provar dessa “boa cachaça” dando pitacos, sendo colaborador. Parabéns ao LIBERAL!

Celso Luís Gagliardo é profissional de Recursos Humanos