Atendendo a milhares de “um ou dois pedidos”, vou mudar o rumo da minha prosa. De agora em diante, vou falar da beleza do botão de rosa, do quanto a mulher do próximo é muito formosa (do seu belo par de seios), da chuva que viria, mas não veio, não mais daquilo que tanto romanceio nem do que me deixa assim tão de saco cheio.

Vou falar do cabelinho-pega-rapaz do presidente, da Catarina – a gatinha fofa da vizinha, da onda de calor que se avizinha, dos ovinhos no ninho do passarinho. Da inflação, da alta do combustível, do gás, dos alimentos, não mais das tristezas e frustrações que alimento.

Vou falar das “fake-news”, das postagens nas redes sociais que não geraram sequer um “view”, de outro avião que caiu, de mais uma empresa que faliu, não mais do meu sonho que ruiu.

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Vou fofocar, falar de assuntos mais amenos, de temas mais ou menos, do cotidiano, de como passa tão rápido a hora, o dia, o mês, o ano. Vou falar da vida de fulano, beltrano e cicrano.

Vou falar da celulite da Brigite, das unhas e cílios postiços da Nena (do cortiço), dos casamentos da Gretchen, e de outro assunto que sempre abunda: da Talita e a sua belíssima bunda!

Vou falar do jogador de futebol que, ao dar entrevista, diz: – “A gente demos tudo de si!” E do gerente de marketing digital de um famoso cantor breganejo sobre a baixa no número de shows devido à pandemia: – “Tivemos muitas percas!”

Vou falar de tantas outras coisas tão banais, mas de mim, nada mais! Acho que vai chover! Acho que não vai! Mas o céu está cheio de nuvens! São nuvens de frio! Acho que sim! Eu acho que não! Que é que tem? Nada, ora! Então, vamos mudar o rumo dessa prosa? Que horas são? Já é tarde! Melhor ir pra casa! Pra minha ou pra sua? Sei lá! Vambora! Antes que chova! Ou esfrie!

Geraldo Trombin é escritor e publicitário