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Histórias de Americana

Movimentos políticos americanenses

Historiadores Independentes de Carioba recontam os primeiros passos da política em Americana após a emancipação

Por Mariana Spaulucci Feltrin

13 de setembro de 2020, às 08h00 • Última atualização em 13 de setembro de 2020, às 08h55

Americana pertenceu à comarca de Campinas até 12 de novembro de 1924, data da emancipação política do município. Com isso, foram eleitos o primeiro prefeito municipal e vice, respectivamente, Jorge Redher e Flávio Lopes. Na câmara, foram eleitos o presidente Liráucio Gomes e o vice Sebastião Antas de Abreu, todos vinculados ao Partido Republicano Paulista.

O PRP atuou com propaganda republicana desde o final da monarquia, elegendo, em seguida, todos os prefeitos do Estado e quatro presidentes durante a Primeira República. O partido exercia, assim, o predomínio no poder oligárquico paulista e representava, sobretudo, o poder agrário característico da região sudoeste do Estado. Contudo, apesar de politicamente consolidado, as propostas do PRP não eram as únicas que circulavam em Americana.

Apresenta-se no jornal O Município a publicação de atas de reuniões da Sociedade União Operária e da Associação Fascio, ambas criadas na década de 1920. As publicações da União Operária apontam a promoção de eventos culturais e assembleias gerais. Menciona-se também reuniões da Associação Fascio, que registrou seu objetivo de aproximar as ideias políticas italianas com o Brasil.

Além desses registros, verifica-se a circulação ideológica de diferentes vertentes por meio do futebol. Em 1926, foi realizada uma partida do campeonato interno do clube Rio Branco. Na ocasião, disputaram os times representantes da União Operária (Americana) contra a Ponte Preta Paulista (Nova Odessa) e da Alliança (não há menção) contra os Fascistas (Americana).

A Ponte Preta avançou no campeonato, derrotando a União Operária. Já a Alliança e os Fascistas tiveram os jogos suspensos por conta de uma briga em campo que resultou em um jogador do Alliança com a perna quebrada.

Nessa perspectiva, os movimentos podem ser caracterizados como opostas manifestações, diferentes classes, que não inclusas na administração pública de Americana na década de 1920. Todavia, estas expressavam a atuação, mesmo que marginal, na jovem emancipada cidade e, em um espectro mais amplo, na jovem república brasileira.

Mariana Spaulucci Feltrin é membro do grupo Historiadores Independentes de Carioba, dedicado à pesquisa histórica sobre Americana.

Historiadores de Carioba

Blog abastecido pelo grupo Historiadores Independentes de Carioba, que se dedica à pesquisa histórica sobre Americana.