Editorial
Moderação nas urnas
Por Redação
02 de dezembro de 2020, às 08h02
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O fim do segundo turno das eleições, no último domingo, trouxe conclusões relevantes sobre os movimentos políticos e ideológicos no País. Os resultados das urnas indicaram uma decadência de candidatos de esquerda e de ideias extremistas.
Partido tradicional na disputa de governos no período de redemocratização, o PT assistiu neste ano a apuração nas capitais e principais cidades brasileiras se encerrar sem nenhum eleito a comemorar. Com a liderança centralizada ainda na figura do ex-presidente Lula, a sigla foi colocada em comparação diante da ascensão de nomes como Guilherme Boulos (PSOL) e Manuela D’Ávila (PCdoB).
Pela região, o partido praticamente passou com figurante, tendo fracassado em Sumaré, onde sequer lançou candidato, em Hortolândia, onde tinha relevância política histórica, e em Americana, cuja concorrente à prefeitura teve menos votos que vereadores eleitos.
Da mesma forma, também fracassaram os nomes que quiseram aproveitar a onda bolsonarista, vinda de 2018. Uma grande parte de candidatos buscou atrelar a imagem ao do capitão que se tornou presidente, o que não vingou. O maior exemplo foi a derrocada de Marcelo Crivella (Republicanos), varrido da Prefeitura do Rio por um candidato ligado ao centrão.
Esta ala, por sinal, colhe seus trunfos. Partidos como DEM, PP e PSD, posicionados como centro-direita, ampliaram controle sobre o governo de grandes cidades. O último, por sinal, foi protagonista do pleito na região. Dos cinco prefeitos eleitos, dois são do PSD, que também fez o maior número de eleitos se considerar o Legislativo.
Em que pese o antagonismo político e a polarização tenham tomado palco nos últimos anos nas disputas eleitorais, não foi o que ocorreu em 2020, quando o eleitor optou pela razoabilidade e moderação. Um ensaio, talvez, para 2022.
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