Um procedimento inédito está em curso na Represa do Salto Grande, em Americana, para tentar conter a proliferação dos aguapés. Conforme o LIBERAL noticiou nesta quarta-feira, a CPFL Renováveis deu início ao chamado deplecionamento, nome técnico para a redução do nível das águas da represa.

O objetivo da ação, que começou na terça, é reduzir o volume de água no reservatório para que as plantas aquáticas fiquem mais expostas ao ar e à irradiação solar. Sem contato com a água, ocorreria a desidratação das plantas e a redução da ocupação no espelho d’água.

A presença dos aguapés sempre foi um termômetro para medir a poluição nas águas do que fora, outrora, um cartão-postal de Americana, frequentado por banhistas, inclusive. Nos últimos anos, o crescimento foi significativo e despertou para ações mais incisivas. O despejo de poluentes, entretanto, é uma triste e não solucionada realidade.

A alternativa considerada mais eficiente passa pela melhora no saneamento básico de municípios que são banhados pela Salto Grande. Segundo o Ministério Público, 11 das 18 cidades que são parte de um acordo de preservação da represa continuam a lançar poluentes nas águas.

As tentativas de limpeza já passaram por medidas diversas, como a retirada mecânica dos aguapés. A nova ação da CPFL é mais uma alternativa a um problema que deveria ser solucionado pelos órgãos públicos, a partir da melhoria do tratamento e do despejo de esgoto.

Enquanto isso não ocorre – e as eleições poderiam colocar em pauta essa demanda junto aos envolvidos na preservação da represa –, ações como as promovidas pela CPFL “enxugam gelo”, em tentativa de minimizar os danos e degradação ambiental do local. O empenho de agentes públicos continua sendo fundamental, mas, ao que parece, está longe de atender às necessidades.