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Lançamento 2021: ‘O Mar Sem Estrelas’, por Erin Morgenstern
Na obra, um estudante encontra em um livro um episódio que aconteceu em sua infância e é uma verdadeira homenagem ao ato de contar histórias
Por Marina Zanaki
24 de agosto de 2021, às 14h38 • Última atualização em 24 de agosto de 2021, às 14h40
Link da matéria: https://liberal.com.br/colunas-e-blogs/lancamento-2021-o-mar-sem-estrelas-por-erin-morgenstern/
“O Mar Sem Estrelas”, de Erin Morgenstern, me fez sentir como se eu estivesse tendo acesso a uma pequena e maravilhosa parte do universo de livros descrito por Jorge Luis Borges no conto “A Biblioteca de Babel”. O lançamento da editora Morro Branco é uma homenagem ao ato de contar histórias, e apesar da minha comparação com o conto clássico de Borges, é absolutamente original.
É muito difícil dar uma sinopse para “O Mar Sem Estrelas”, mas basicamente ele vai acompanhar o estudante Zachary Ezra Rawlins, que descobre em um livro a narrativa de um evento que marcou sua infância. Intrigado com o relato, já que o exemplar parece muito mais antigo do que ele e o episódio não foi presenciado por ninguém, Zach começa a investigar a origem da obra.
Boa parte desse livro que Zachary lê, chamado Doces Dores, é oferecido ao leitor. Por meio desses fragmentos, descobrimos um lugar chamado Mar Sem Estrelas, repleto de livros e que parece existir com a função de preservar histórias.
A autora cria uma mitologia própria, cheia de símbolos como portas, fechaduras, chaves, espadas, abelhas e mel, costurados em um conto de fadas sobre livros. Os significados não são explicados, e é preciso mergulhar na narrativa para interpretar as metáforas.
As histórias contadas se conectam de maneiras que não são óbvias, e cabe ao leitor encaixar as peças desse quebra-cabeças. Admito que não consegui fazer todos as conexões, mas não tem problema: esse é um livro para ler e reler ao longo da vida.
Tal como a toca do coelho de “Alice no País das Maravilhas”, o Mar Sem Estrelas do livro é cheio de surrealismo. Isso vai sendo introduzido ao leitor ao longo das páginas, culminando em um final psicodélico. Confesso que achei essa parte final excessivamente longa, mas é um mero detalhe de um livro incrível.
Recomendo muito a leitura de “O Mar Sem Estrelas”, uma obra que tem as páginas repletas da magia que só a literatura nos oferece.
“As histórias aqui nunca foram encadernadas dessa forma, são deixadas livres e selvagens”.
– Erin Morgenstern, no livro “O Mar Sem Estrelas”
Repórter do LIBERAL, a jornalista Marina Zanaki é aficionada pela literatura e discutirá, neste blog, temas relacionados ao universo literário.