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Histórias do Coração

Janice e Michael

O casal da nossa história se conheceu em Nova Odessa, em 2010, e é formado por uma brasileira e um alemão

Por Carla Moro

28 de fevereiro de 2021, às 10h48

Eu gostaria de começar esta coluna com um ditado alemão que diz: “A vida é longa, mas o dia é curto”. O casal da nossa história se conheceu em Nova Odessa, em 2010, e é formado por uma brasileira e um alemão. Um dia é muito curto para dar conta de tudo o que eles viveram em mais de dez anos. Mas a vida é longa para que eles vivam juntos o amor que começou nessa cidadezinha do interior, atravessou um oceano e muitos outros países. O amor não entende de fronteiras. A Janice e o Michael fizeram do amor o seu próprio mapa.

Quando conheceu o Michael, a Janice tinha terminado um casamento longo e prometido para si mesma que não se relacionaria novamente com ninguém. Ela tinha decidido voltar a estudar. Foram suas amigas que insistiram para que ela saísse um pouco de casa. Ela não queria ir, estava em semana de provas, mas acabou cedendo ao convite. A Janice me conta, com uma gargalhada, que nem arrumada estava. Acabou indo de qualquer jeito só para agradar as amigas.

Janice e Michael – Foto: Arquivo Pessoal

Quando conheceu a Janice, o Michael estava em Nova Odessa por causa do trabalho. Ele viajava o mundo representando uma empresa de fios para a indústria têxtil. Já havia estado no Brasil outras vezes e, depois de uma desilusão, tinha se prometido que não se relacionaria com nenhuma brasileira novamente. Bastou ver a Janice chegando ao bar onde ele estava para que essa promessa caísse por terra.

Menor que Nova Odessa, só a igrejinha que estava realizando uma quermesse na noite em que as amigas resolveram tirar a Janice de casa. Como a quermesse acabou cedo, elas foram até um bar de um amigo de infância da Janice. Ela não viu o Michael sentado no balcão do bar. O amigo que avisou: “Já tem gente te olhando”. Foi então que ela viu o Michael em pé na porta olhando para ela e sorrindo.

Com aquele sorriso, o seu desejo de não se relacionar com mais ninguém também se desfez. Se o amor não entende de geografia, ele também não compreende essas promessas bobas que a gente se faz de vez em quando. Ainda bem!

Era abril quando a brasileira encontrou o alemão em um bar na cidadezinha de Nova Odessa. Em julho, o Michael foi embora com a promessa de que voltaria em outubro. Ninguém acreditou que ele voltaria. Eu perguntei a Janice: “E você, acreditava?”. Ela me respondeu: “Eu sabia que ele ia voltar”. E saber é apenas o que precisamos quando falamos de amor. Em outubro ele voltou e, junto com a sua chegada, aconteceu também o pedido de casamento.

Entre uma vida longa e um dia curto, o amor ocupa que lugar? Ocupa qualquer lugar para aqueles que estão dispostos a vivê-lo.

Pode ser qualquer lugar do mundo, um país da Europa ou uma cidadezinha do interior no Brasil. Se a vida é longa, como no ditado alemão, o amor pode chegar em qualquer momento.

Às vezes, chega aos vinte, outras vezes, aos trinta. Para a Janice e o Michael, foi depois dos cinquenta. Ela me diz: “Ninguém acreditaria que isso é possível”. Se o dia é curto, o amor só tem vida longa para aqueles que acreditam que ele é possível. A Janice e o Michael acreditaram. Ainda bem!

Quer contar sua história? Me mande uma mensagem no e-mail abaixo:
colunahistoriasdocoracao@gmail.com

Carla Moro

Formada em Letras pela Unesp, Carla Moro faz neste blog um registro da trajetória dos casais! Quer sugerir sua história para a coluna? Envie um e-mail para colunahistoriasdocoracao@gmail.com