A informação trazida pela Prefeitura de Americana, a pedido do LIBERAL, sobre o volume de ruas da cidade que ainda não são pavimentadas fazem lembrar como a cidade vai além das cercanias de suas principais vias, que colaboram para construção do imaginário de pujança e qualidade na infraestrutura urbana. A realidade não ameaça tais percepções, mas reforça como o município está sujeito a todo desafio que qualquer outra localidade do mesmo porte também esteja.

São 139 ruas sem asfalto em um universo de 2.316 existentes em Americana, o equivalente a 6%. Em uma cidade marcada pelo preenchimento urbano em quase toda sua configuração, trata-se de volume suficiente para causar transtornos.

São condições como as relatadas pela Adriana Cristina Santos Nogueira, do Campo Limpo, pelo Patrick Luiz dos Santos Souza, no Bosque da Saúde, e pelo Antonio Ribeiro da Silva, da Praia dos Namorados, que não conseguem chegar até suas casas numa corrida que tenha sido chamada por aplicativo, por exemplo, porque os motoristas se recusam a ir até lá diante dessa condição.

Eles são personagens ouvidos pelo LIBERAL em reportagem de Ana Carolina Leal publicada neste domingo, que explica o programa “Nossa Rua”, viabilizado por uma parceria entre o Governo de São Paulo e as prefeituras para o investimento necessário para alterar esse quadro.

Em uma cidade marcada pelo preenchimento urbano, trata-se de volume suficiente para causar transtornos em situações rotineiras

Trata-se de uma oferta, além de qualificada como de infraestrutura, também de dignidade para as pessoas que moram nesses endereços, com a garantia de poder se locomover a partir da própria residência ou com destino a ela, sem que as condições climáticas, o modelo da viagem ou não possuir um veículo próprio sejam empecilho para isso. Apenas um simples direito do cidadão.

O sinal verde já foi dado pela Prefeitura de Americana, ao aderir à iniciativa, para que essas histórias sejam modificadas e deixem de contar com o capítulo da limitação no ir e vir a cada dia. Isso é o mínimo que esses moradores esperam, pois afinal de contas pagam seus impostos como os demais e merecem ter as mesmas condições de igualdade.