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Cotidiano & Existência

Halloween

Viva as manifestações alegres que colorem os dias cinzentos e sombrios em que estamos mergulhados

Por Gisela Breno

02 de novembro de 2021, às 09h09

Se a Internet proporciona, como nunca, acesso a inumeráveis informações, igualmente tem dado voz a uma multidão desprovida de conhecimentos, de bom senso e, principalmente, de sabedoria.

Somam-se às assassinas fake news e aos preconceitos destilados dia após dia, abomináveis besteiras sobre o Halloween.

Que mal há, num mundo inundado por traições, hipocrisias, intolerâncias, violências de todo tipo, corrupções e principalmente falta de empatia, proporcionar às crianças e a todos que querem brincar com a vida, principalmente nesse mundo atravessado por essa terrível pandemia, momentos de descontração?

Sinto pena e até fico indignada com todos que, cegos pelo olhar reducionista ou pelo fundamentalismo religioso enxergam o demônio em tudo.

Maldade existe naqueles que nada fazem para as pessoas que desgraçadamente reviram o lixo para saciar suas fomes, reflexo das inaceitáveis desigualdades reinantes entre nós.

Bruxos e bruxas são todos que direta ou indiretamente têm suas mãos manchadas pelo sangue que escorre dos corpos, em sua maioria pretos, que jazem cobertos de plásticos por horas a fio no chão das ruas desse enorme e espoliado país.

Assustadoras são as palavras venenosas que saindo de bocas preconceituosas, feito flechas, acertam em cheio a mente, a alma de pessoas portadoras de deficiências, de indígenas, de pessoas LGBTQIA+, pretas e ainda são complementadas pelas expressões: “é muito mi mi mi”; e a pior de toda : “estão acabando com a nossa liberdade de expressão, todos podem dar opinião sobre tudo”.

O Diabo, por muitos evocado mais do que o Deus Amor, existe tão somente naqueles que provocam as mais profundas divisões entre nós.

Viva o sonho! Viva a fantasia! Viva as manifestações alegres que colorem os dias cinzentos e sombrios em que estamos mergulhados.

E viva o nosso Saci-Pererê, o grande ausente dessas celebrações.

Gisela Breno

Professora, Gisela Breno é graduada em Biologia na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e fez mestrado em Educação no Unisal (Centro Universitário Salesiano de São Paulo). A professora lecionou por pelo menos 30 anos.