O mês de julho tem um grande significado para a aviação brasileira, pois marca duas importantes datas: o nascimento e a morte do grande cientista. Em 20 de julho de 1873, no sítio Cabangu, próximo de Palmira, atual cidade de Santos Dumont, em Minas Gerais, nascia Alberto Santos Dumont, filho de Henrique Dumont e Francisca de Paula Santos.

Foi na França, no início do século 20 que o grande cientista conquistou notoriedade mundial, provando para a humanidade que o homem podia voar. Após mais de uma década de exaustivos trabalhos na busca da conquista dos céus, em 4 de janeiro de 1910 ele sofreu um acidente com o aeroplano Demoiselle, causando-lhe ferimentos.

Seguindo recomendações médicas, o grande cientista se aposentou em definitivo do campo de provas. Possivelmente, ele começou a sentir os primeiros sintomas da esclerose múltipla, doença que o perseguiria o resto de sua vida. Criado para o bem da humanidade, o avião tinha como finalidade primordial encurtar distâncias, unir povos e a prática de esportes.

Esses entendimentos duraram pouco tempo. Com o advento da Primeira Guerra Mundial, o grande cientista ficou muito triste quando viu seu engenho ser utilizado como instrumento bélico. Apesar de prever a utilização dessa invenção em atividades militares, o grande cientista combatia esta prática na guerra e se sentia profundamente responsável por sua criação causar destruições e mortes.

E foi no cenário da Revolução Constitucionalista, de 1932, que ele fez o seu voo final. Profundamente debilitado e doente, vendo seu engenho metralhando e bombardeando cidades, ceifando a vida de seus conterrâneos, no Hotel La Plage, no Guarujá, aos 59 anos de idade, ele decidiu colocar um fim a sua vida, no dia 23 de julho de 1932.

Carlos Roberto Bertollo é estudioso da lenda de Ícaro e criador de réplicas de aeronaves