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Gambito da Rainha e o Feminino
Por Nathalia Brisolla de Mello
08 de dezembro de 2020, às 08h02
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Inserida no universo masculino do xadrez, não precisou se tornar um deles para ser, vencer-se. A série “O Gambito da Rainha”, década de 50, baseada em fatos reais não vividos, é ficção real e atual. Belíssima produção da Netflix.
De menina a mulher, ao passar suas dolorosas noites escuras da alma, Elisabeth Harmor recebe uma mãe adotiva – Alma -, sua amiga preta de orfanato, amigos enxadristas homens. Anti-heróis magníficos. Contemporâneos.
O crescimento e desenvolvimento pessoal da protagonista trazem seus sucessos, ao tempo que emergem para curar as dores da infância.
Mais resiliente de seus monstros internos, disputar com os maiores enxadristas homens, na década de 50, ficou simples. Vencer, uma gestão de tempo, que Beth usa com sabedoria e agilidade. De poucas palavras, a protagonista fala com os olhos, sem forçar, cônscia de si.
Trabalhadora. Estudiosa. Inteligente e objetiva.
Doce e graciosa. Ela gosta de moda e beleza. Tem leveza e muita doçura. Força, determinação e objetividade estão ao seu lado.
Constância. Inconstâncias. Muita história real. E bastante atual também.
A menina órfã, abandonada pela mãe psicologicamente doente, e pelo pai emocionalmente fraco, apresentada às fugas lícitas, comprimidos, álcool. Nelas se alivia.
É na primeira descida ao porão, seu subconsciente, que reconhece o caminho de sua salvação, encontra seu mestre, sua inteligência.
O despertar do feminino em sua essência, traz força e leveza, doçura e firmeza. O encontro consigo traz vida, sucesso de vida.
Nathalia Brisolla de Mello é advogada e mestre em Direito
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