19 de abril de 2024 Atualizado 09:10

8 de Agosto de 2019 Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Estúdio 52

‘O Som do Silêncio’ proporciona uma experiência ímpar de imersão

Indicado ao Oscar de Melhor Filme, longa coloca o espectador na pele do protagonista, que começa a perder a audição

Por Rodrigo Alonso

20 de abril de 2021, às 14h58

Obra acompanha o baterista Ruben, que passa a sofrer com problemas de surdez – Foto: Reprodução

Colocar-se no lugar do outro. Esse é um dos princípios da boa convivência, principalmente no que diz respeito à inclusão de pessoas deixadas de lado pela sociedade. E o filme “O Som do Silêncio” contribui, e muito, nesse sentido, com foco em surdos.

Indicada ao Oscar 2021 em seis categorias, inclusive na de Melhor Filme, a obra proporciona uma experiência ímpar de imersão sonora ao transmitir as sensações do protagonista para o espectador.

Dirigido por Darius Marder, o longa acompanha o baterista Ruben (Riz Ahmed) a partir do momento que ele começa a sofrer com problemas de audição.

Com histórico de vício em drogas, ele se vê na necessidade de se isolar em um retiro para surdos, justamente para se livrar de pensamentos que possam levá-lo a usar entorpecentes.

Nesse lugar, as pessoas não tratam a surdez como uma deficiência, mas, sim, como um estilo de vida. No entanto, Ruben enxerga a situação de outra maneira. Seu único objetivo é juntar dinheiro para fazer uma cirurgia de implante e, dessa forma, voltar a viver como antes.

Em certas ocasiões, o filme força o espectador a ouvir exatamente o que Ruben ouve. Quando o protagonista começa a sentir dificuldades, por exemplo, o som piora não só para ele, mas também para quem está assistindo à obra.

Protagonista vive uma gangorra de emoções, que podem ser sentidas do lado de cá – Foto: Reprodução

Consequentemente, outras sensações são compartilhadas, e elas variam ao longo do drama. Apesar das angústias, Ruben também tem momentos de paz. E é possível sentir tudo isso do lado de cá da tela, por meio do som – ou da falta dele.

Vale destacar, no entanto, que essa sintonia também se deve à ótima atuação de Ahmed. Até nos momentos de quietude, ele consegue transmitir veracidade e estimular esse exercício de empatia.

Com extrema sensibilidade, “O Som do Silêncio” ajuda o espectador a entender melhor a surdez e questões que a rodeiam, contribuindo, assim, para a construção de um mundo melhor. E essa proposta é colocada em prática dentro de uma história envolvente, dotada de variadas emoções.

Maratona Oscar 2021
Até o dia 24 de abril, véspera da premiação do Oscar 2021, o Estúdio 52 vai avaliar os oito concorrentes ao prêmio de Melhor Filme. São publicadas duas críticas por semana, sempre às terças e sábados. Confira os textos já postados pelo blog:

– ‘Judas e o Messias Negro’ carrega história chocante e ótimas atuações

– Mesmo sem querer, ‘Mank’ é o filme mais complexo do Oscar 2021

– ‘Minari’ desmistifica a ideia do ‘sonho americano’ em meio a uma crise familiar

– ‘Nomadland’: um retrato sensível e pouco crítico sobre os novos nômades dos EUA

– ‘Bela Vingança’ é uma aula necessária sobre a cultura do estupro

– ‘Meu Pai’ é uma dolorosa jornada sobre deixar de ser quem você é

Nota: 4,5 de 5

Rodrigo Alonso

Repórter do LIBERAL, está no grupo desde 2017. É “fifeiro” desde criança e, se puder, passa horas falando de filme e série, então nada melhor do que unir o útil ao agradável.

Estúdio 52

Quer saber sobre aquela série que está bombando na internet? Sim, temos. Ou aquele jogo que a loja do seu console vai disponibilizar de graça? Ok. Curte o trivial e precisa dos lançamentos do cinema? Sem problema, é só chegar.