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Estúdio 52

‘Minari’ desmistifica a ideia do ‘sonho americano’ em meio a uma crise familiar

Indicado ao Oscar de Melhor Filme, longa dirigido por Lee Isaac Chung mostra a frustrante realidade de uma família coreana

Por Rodrigo Alonso

06 de abril de 2021, às 16h31

A ideia de que os Estados Unidos são um poço de oportunidades é totalmente desmistificada por “Minari (2020)”, um dos oito concorrentes ao Oscar 2021 na categoria de Melhor Filme.

O famoso “sonho americano”, que costuma atrair estrangeiros para o país norte-americano, não passa de uma ilusão no longa dirigido por Lee Isaac Chung. A realidade chega a ser frustrante.

Não precisa cavar muito para se deparar com propagandas – implícitas ou explícitas – que vendem os EUA como um “porto seguro”, onde imigrantes podem encontrar uma espécie de salvação.

Inclusive, essa era a expectativa da família coreana Yi, chefiada pelo casal Jacob (Steven Yeun) e Monica (Yeri Han). Eles foram para os EUA atrás de uma nova vida, mas com diferentes perspectivas.

Monica se satisfaz uma rotina comum. Para ela, qualquer trabalho basta, desde que garanta o sustento de sua família. Jacob, por outro lado, quer progredir.

Logo no início do filme, os dois, acompanhado dos filhos Anne (Noel Cho) e David (Alan S. Kim), chegam a uma fazenda recém-comprada por Jacob. Lá, todos passariam a morar em um trailer velho, longe da cidade.

A situação incomoda Monica, até porque o filho mais novo, David, tem um problema no coração e poderia precisar de atendimento médico urgente em qualquer momento. Jacob, por sua vez, tem uma visão mais otimista. Ele pretende produzir alimentos na fazenda e fazer dinheiro com isso.

Família Yi passa a morar em uma fazenda distante da cidade, num trailer velho – Foto: Reprodução

Essas diferenças colocam o casal em constante atrito durante o longa. Ao mesmo tempo, eles também passam a abrigar a mãe de Monica, Soonja (Yuh-Jung Youn), que desenvolve um relacionamento conturbado, engraçado e emocionante com David – sim, tudo isso junto.

Paralelamente, Jacob e Monica trabalham em uma empresa separando pintinhos machos e fêmeas. Apesar de ser reconhecido como um ótimo funcionário por sua rapidez no serviço, Jacob desdenha da profissão e enxerga a fazenda como um caminho para ele tomar outro rumo.

Porém, a vida de fazendeiro lhe apresenta outras dificuldades, o enche de dívidas e traz uma série de problemas para sua família. É nesse sentido que a expectativa e a realidade entram em conflito, pois a felicidade prometida pelo “sonho americano” cada vez mais parece inalcançável.

Além de discutir isso, o filme se destaca por possibilitar uma mistura de sensações ao, simplesmente, colocar na tela o dia a dia de uma família em crise. Em meio a todo o drama, há momentos fofos e cômicos, que tornam os relacionamentos mais imprevisíveis e, até mesmo, verdadeiros.

Em contrapartida, existem algumas lacunas que dificultam uma interpretação completa sobre as intenções do longa. Nem tudo é devidamente explicado, o que pode gerar dúvidas.

Maratona Oscar 2021
Até o dia 24 de abril, véspera da premiação do Oscar 2021, o Estúdio 52 vai avaliar os oito concorrentes ao prêmio de Melhor Filme. Serão publicadas duas críticas por semana, sempre às terças e sábados. Confira os textos já postados pelo blog:

‘Judas e o Messias Negro’ carrega história chocante e ótimas atuações
Mesmo sem querer, ‘Mank’ é o filme mais complexo do Oscar 2021

Nota: 3,5 de 5

Rodrigo Alonso

Repórter do LIBERAL, está no grupo desde 2017. É “fifeiro” desde criança e, se puder, passa horas falando de filme e série, então nada melhor do que unir o útil ao agradável.

Estúdio 52

Quer saber sobre aquela série que está bombando na internet? Sim, temos. Ou aquele jogo que a loja do seu console vai disponibilizar de graça? Ok. Curte o trivial e precisa dos lançamentos do cinema? Sem problema, é só chegar.