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Estúdio 52

‘Judas e o Messias Negro’ carrega história chocante e ótimas atuações

Longa abre a lista dos oito concorrentes ao Oscar de Melhor Filme que serão avaliados pelo blog nas próximas quatro semanas

Por Rodrigo Alonso

30 de março de 2021, às 13h07

Para quem não conhecia a história levada ao cinema em “Judas e o Messias Negro (2021)”, o aviso de “inspirado em eventos reais” logo no início do filme é fundamental.

Sem ele, seria difícil acreditar que, de fato, tudo isso aconteceu. Parece um enredo que foi criado do zero por um ótimo roteirista, em um momento de total inspiração. Não é à toa que o longa dirigido por Shaka King coleciona seis indicações ao Oscar, inclusive para o prêmio de Melhor Filme.

Inclusive, a partir de agora, o Estúdio 52 começa a publicar críticas dos oito concorrentes nessa categoria. Os textos serão postados sempre às terças e sábados, por quatro semanas.

Primeiro da lista, “Judas e o Messias Negro” acompanha dois personagens no final da década de 60: Fred Hampton (Daniel Kaluuya), presidente da filial de Illinois dos Panteras Negras, e William O’Neal (Lakeith Stanfield), um infiltrado do FBI no movimento.

E, independente de qual deles estiver na tela, prepare-se para atuações admiráveis e cenas cativantes.

Representado por Kaluuya, Hampton chama a atenção principalmente por seus discursos, que carregam um grande poder de convencimento.

Em sua trajetória, ele conseguiu unir diferentes grupos em atos contra a opressão policial, inclusive defensores dos Estados Confederados, que, como se sabe, eram escravistas. E tudo isso é mostrado no filme, de uma maneira que impressiona.

Obra dirigida por Shaka King nos coloca dentro do Partido dos Panteras Negras – Foto: Reprodução

O’Neal, por sua vez, parece simpatizar com o movimento, mas sua missão é prejudicá-lo. Ele aceitou esse trabalho como uma forma de se livrar da prisão, após ter sido detido por fingir ser um agente do FBI para roubar um carro.

Enquanto está infiltrado entre os Panteras, ele demonstra certo peso na consciência, ao mesmo tempo que tem medo de ser descoberto. Do lado de cá da tela, é possível absorver pelo menos um pouco da pressão que é colocada em cima dele. E Stanfield merece nossos aplausos por isso.

Além de desenvolver (muito bem) esses dois personagens, o longa nos coloca dentro do Partido dos Panteras Negras. O modus operandi, as motivações e os objetivos do movimento são aprofundados ao longo do filme, que também faz praticamente uma dissertação sobre o significado de “revolução”.

Quando chegam os créditos, fica um misto de satisfação, por ter assistido a um ótimo filme, com revolta, por ter visto em cores mais um episódio chocante da nossa história.

Nota: 4 de 5

Rodrigo Alonso

Repórter do LIBERAL, está no grupo desde 2017. É “fifeiro” desde criança e, se puder, passa horas falando de filme e série, então nada melhor do que unir o útil ao agradável.

Estúdio 52

Quer saber sobre aquela série que está bombando na internet? Sim, temos. Ou aquele jogo que a loja do seu console vai disponibilizar de graça? Ok. Curte o trivial e precisa dos lançamentos do cinema? Sem problema, é só chegar.