Estúdio 52
‘Falcão e o Soldado Invernal’ explora as consequências do ‘blip’ para a sociedade
O que acontece quando o mundo recebe um monte de gente ao mesmo tempo? O primeiro episódio da série tem a resposta
Por Rodrigo Alonso
19 de março de 2021, às 16h55 • Última atualização em 19 de março de 2021, às 17h44
Link da matéria: https://liberal.com.br/colunas-e-blogs/estudio-52-falcao-e-o-soldado-invernal-explora-as-consequencias-do-blip-para-a-sociedade/
Imaginem uma sociedade em que metade das pessoas morre e, cinco anos depois, ressuscita. Quais seriam os reflexos desse retorno? “Falcão e o Soldado Invernal”, série lançada nesta sexta-feira (19) pela Disney+, tem a resposta.
Em seu primeiro episódio, o seriado explora as consequências do ‘blip’, que é a volta de todos os seres vivos apagados por Thanos (Josh Brolin) em “Vingadores: Guerra Infinita”.
O MCU (Universo Cinematográfico Marvel) abordou esse assunto pela primeira vez no filme “Homem-Aranha: Longe de Casa”, mas com um viés totalmente diferente.
O longa destaca a felicidade das pessoas que ressuscitaram ou tiveram de volta seus entes queridos. Também mostra um mundo grato aos Vingadores, que fizeram tudo isso acontecer.
Em contrapartida, “Falcão e o Soldado Invernal” expõe uma visão bem menos encantadora, porém mais interessante. Se por um lado teve alegria, por outro o retorno de tantas pessoas ao mesmo tempo despertou uma crise mundial.
Novos conflitos surgiram entre governos, e mais cidadãos passaram a enfrentar dificuldades financeiras, até porque o planeta não estava preparado para receber tanta gente de uma vez – a partir daqui, cuidado com spoilers.
Diante disso, há um grupo de radicais, chamado Apátridas, que reclama que o mundo estava melhor nos cinco anos antes do ‘blip’. E eles prometem ser uma pedra no sapato dos heróis.
Acreditem ou não, a ideologia de Thanos foi absorvida por algumas pessoas. Na verdade, levando em consideração a nossa história genocida e o fanatismo que ainda presenciamos no mundo real, dá para dizer que a série está sendo coerente.
Personagens
Como já era esperado, o primeiro episódio também apresenta melhor as particularidades dos dois protagonistas, assim como “WandaVision” fez com Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen).
Meses após o ‘blip’, Sam Wilson (Anthony Mackie), o Falcão, reaparece como um combatente da Força Aérea e protagoniza boas cenas de ação nos primeiros minutos. Porém, isso ele tira de letra. Seu maior problema é pessoal.
O desaparecimento de Sam, que foi uma das pessoas apagadas por Thanos, fez sua irmã se afundar em problemas financeiros. De volta à vida, o herói está disposto a fazer de tudo para ajudá-la, mas isso é mais difícil do que ele pensa.
O Falcão também se nega a vestir o manto de Capitão América, mesmo tendo herdado o escudo de Steve Rogers (Chris Evans) no final de “Vingadores: Ultimato”. Ele acredita não ser o símbolo que Steve era e, portanto, entrega o escudo para o governo.
Paralelamente, acompanhamos Bucky Barnes (Sebastian Stan), o Soldado Invernal, revivendo os fantasmas de quando era um assassino controlado pela Hidra.
Bucky, agora, tem o perdão dos Estados Unidos e é obrigado a fazer terapia, enquanto tenta corrigir problemas do passado. Inclusive, sem revelar sua identidade, ele desenvolve uma amizade com o pai de uma de suas vítimas.
Todas essas situações são apresentadas de forma profunda, de uma maneira que mostra, exatamente, o que os protagonistas estão sentindo. As atuações – ótimas, aliás – ajudam bastante nesse sentido. Chamam atenção, inclusive, as expressões faciais dos protagonistas, que dizem muito sobre eles. É um excelente e promissor início de série.
Rodrigo Alonso
Repórter do LIBERAL, está no grupo desde 2017. É “fifeiro” desde criança e, se puder, passa horas falando de filme e série, então nada melhor do que unir o útil ao agradável.
Quer saber sobre aquela série que está bombando na internet? Sim, temos. Ou aquele jogo que a loja do seu console vai disponibilizar de graça? Ok. Curte o trivial e precisa dos lançamentos do cinema? Sem problema, é só chegar.