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Estrada real em Americana

Por Carlos Roberto Bertollo

25 de novembro de 2021, às 07h17 • Última atualização em 25 de novembro de 2021, às 07h18

Johann Jakob von Tschudi, naturalista e explorador suíço, estudou ciências naturais na Universidade de Zurique, na Suíça, onde obteve o título de doutor em Filosofia. Na década de 1830, viajou para o Peru, onde permaneceu por cinco anos, explorando e colecionando plantas nos Andes. Com o fim das viagens, ele apresentou tese na Faculdade de Medicina de Wurzburg com a qual obteve o título de médico.

No ano de 1858 ele decidiu visitar o Brasil e outros países da América do Sul. Um ano depois foi nomeado embaixador extraordinário da Suíça para atuar no Brasil, cargo que ocupou entre os anos de 1860 e 1861. Pelas suas andanças pelo nosso País tupiniquim, além de verificar as situações dos imigrantes suíços, observou a exploração irracional da terra.

Ele tinha certa preocupação com as estradas pelas quais passou e dedicava atenção especial para com os produtos comercializados pelo Brasil, em especial o café. E um fato que chamou a atenção foi a sua viagem de cavalo entre Campinas e Limeira, em meados da década de 1860.

Neste trajeto ele fez a seguinte narrativa: “A estrada real que leva de Campinas a Limeira é muito mal traçada, pois em trechos nos quais se podiam ter evitado os acidentes naturais, ela segue morro acima e morro abaixo, de modo muito primitivo, sem procurar se adaptar ao terreno. Sua conservação está à altura do traçado. Em meio do caminho há a ‘vendinha da Mata’, de caracter muito primitivo”.

Ele citou ainda que “légua e meia adiante, há uma bem construída ponte sobre o rio Piracicaba. Esta ponte, se não me engano, se chama ponte de Atibaia, pois pouco acima dela se reúnem os rios Atibaia e Jaguari, que formam o Piracicaba. Daí até Limeira, três léguas, a estrada é boa”.

De acordo com o relato do barão Tschudi, ele transitou a cavalo pelas terras da futura cidade de Americana. Vale lembrar que, naquela época, as terras situadas a leste do Ribeirão Quilombo pertenciam a Campinas e as que ficavam a oeste eram da Villa de Santa Barbara dos Toledos.

Carlos Roberto Bertollo é estudioso da lenda de Ícaro e criador de réplicas de aeronaves

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