Mostrar o “lado ruim” do comportamento social é, infelizmente, um dever do Jornalismo. Quando se evidencia algo que é feito de maneira errada e que prejudica a sociedade, a intenção de uma notícia não é (ou não devia ser) meramente expor o episódio para o massacre da opinião pública. Trata-se, na verdade, de uma forma de cobrar pelo que é certo. Situações do tipo ficam claras, por exemplo, quando a pauta envolve a cobertura dos governos, independente da esfera.

Mas o caráter essencialmente crítico do Jornalismo não deve se esquecer dos bons exemplos. Quando algo positivo reflete um comportamento que poderia ser a regra na sociedade – e não a exceção -, a divulgação é mais do que merecida.

Na semana que passou, algo semelhante se deu em Americana. Na quarta-feira, o LIBERAL publicou em seu site o apelo da família de um menino que foi uma das vítimas do engavetamento na Rodovia Luiz de Queiroz (SP-304), no dia 14. Internado no Hospital São Francisco, Nicollas, de 7 anos, precisava de bolsas de sangue para se recuperar após sofrer múltiplas fraturas.

O pedido viralizou e na manhã de sexta-feira, o Banco de Sangue do hospital amanheceu com fila na entrada. Segundo a supervisão do local, há anos não se registrava tantas doações em um único dia. Houve, inclusive, dispensas diante da oferta e da capacidade de coleta. Por parte da família do menino Nicollas, faltaram até palavras para conseguir dar conta do agradecimento.

O episódio foi digníssimo de registro pelo LIBERAL, que entende que seu papel na comunidade é justamente levar a informação capaz de transformar para melhor a vida dos que estão por aqui. Torce-se que histórias de empatia como a pelo menino Nicollas, a quem se deseja breve recuperação, sejam cada vez mais comuns e independentes de qualquer apelo ou de uma notícia no jornal.