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Editorial

Desserviço político

Por Redação

12 de novembro de 2020, às 08h57

O Brasil soma mais de 162 mil mortes pelo novo coronavírus. São 5,7 milhões de casos de uma doença desconhecida pela ciência, que mata de maneira cruel, sem dar sequer a chance de despedida.

Enquanto isso, o governo brasileiro, sob a figura do presidente Jair Bolsonaro, segue relativizando a pandemia, brincando com fatos, tentando desconstruir a ciência e causar confusão. A nova polêmica, na já longa lista do chefe de Estado, diz respeito a CoronaVac, vacina contra Covid-19 desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo.

O imunizante teve seus estudos em fase 3 suspensos na última segunda-feira, por conta de uma ocorrência de evento adverso grave em um dos voluntários. Bolsonaro comemorou na internet a pausa, atribuindo, sem nenhuma evidência, “morte, invalidez e anomalias” à vacina e dizendo que ganhou de Doria “mais uma vez”.

O empenho em busca de um imunizante pelo governo paulista, capitaneado por João Doria (PSDB), adversário político de Bolsonaro, é alvo do presidente desde o início da pandemia. Contudo, brincar com vidas humanas e celebrar a suspensão dos testes de uma vacina que pode parar as mortes são atitudes de quem não respeita o cargo político máximo da nação.

Nesta quarta, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) anunciou a retomada dos testes. O evento adverso grave, a morte de um homem de 32 anos, não tem relação com o imunizante.

A politização desse processo é, de cara, um enorme desserviço que acirra ânimos, provoca mal-entendidos e cria um clima de desconfiança na população. É natural que a Anvisa suspenda uma pesquisa em casos de alerta. Não pode e não deve ser natural que um presidente da República faça escárnio da situação e trabalhe contra todos os esforços por uma solução.

O Liberal

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