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Editorial

Denúncias necessárias

Por Redação

30 de dezembro de 2020, às 08h57

O número de ocorrências de estupro de vulnerável registrado pela polícia em Americana cresceu pelo quarto ano seguido em 2020, segundo a SSP (Secretaria Estadual da Segurança Pública). O cenário, conforme contextualizou reportagem exclusiva do LIBERAL publicada nesta terça-feira, vai na contramão do que tem sido verificado neste período atípico de pandemia e isolamento social.

Se no município os números cresceram, de forma geral, a quantidade de denúncia tem caído no Estado, segundo um estudo da Unicef, do Instituto Sou da Paz e do Ministério Público, divulgado no início de dezembro.

A explicação não é clara. O fato de um crime como o estupro ter mais registros nem sempre significa que mais casos estejam ocorrendo ou a violência aumentou. O crescimento pode estar ligado à vigilância policial ou a uma maior disposição das vítimas em denunciarem.

Relatar um estupro não é tarefa fácil. Exige certo constrangimento da própria vítima em compartilhar uma situação muitas vezes traumática com estranhos, em espaços nem sempre tão acolhedores, como delegacias.
A existência de um protocolo para lidar com crimes deste tipo, portanto, é fundamental. Em Americana, foi instituído em junho um fluxo de atendimento a crianças ou adolescentes vítimas de violência sexual. O procedimento envolve a dispensa de relatos múltiplos do caso, para diferentes autoridades, para se evitar a revitimização.

É fundamental que tal protocolo seja adotado com afinco e divulgado de maneira eficiente, como forma de dar segurança às denúncias. Mesmo que o incentivo ao registro da ocorrência puxe para cima as estatísticas, o fato de torná-las visíveis aos olhos da lei permite o único desfecho desejado: a punição do abusador. Quem sabe assim, por temor, os números sejam menores.

O Liberal

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