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Histórias do Coração

Damaris e Wellington

A história desse casal é feita de distâncias e caminhos construídos para percorrê-los; confira!

Por Carla Moro

13 de dezembro de 2020, às 08h00 • Última atualização em 12 de dezembro de 2020, às 17h38

A história desse casal é feita de distâncias e caminhos construídos para percorrê-los, porque o amor só é possível no encontro, embora muitas vezes seja no desencontro que ele se faça presente.

Em 2010, a Damaris trabalhava como guardinha em uma fábrica de trufas em Americana. Ela era responsável por traçar os caminhos que os entregadores deveriam percorrer com as encomendas. Em 2010, depois de voltar do Japão, o Wellington foi trabalhar como entregador em uma fábrica de trufas em Americana. Todos os dias, ele deveria percorrer os caminhos determinados pela Damaris. Ela traçava os caminhos, mas ele achava que deveria percorrer os próprios e questionava todas as distâncias.

No desencontro da fábrica, foi dentro da Fiorino que a guardinha de 15 anos e o motorista recém-chegado do Japão deram o primeiro beijo.

Damaris e Wellington – Foto: Divulgação

Como essa história é, primeiro, uma história de desencontro, 2010 é o ano da separação. Em 2011, a Damaris se mudou para Monte Azul, uma cidadezinha do interior de Minas Gerais. O Wellington continuou por aqui, até decidir voltar para o Japão.

Em 2017, quando os caminhos do nosso casal voltaram a se cruzar, o Wellington morava em Komaki, cidade situada na província de Aishi, no Japão. Se traçássemos uma linha reta entre Monte Azul e Komaki, a distância percorrida seria de 17.775 quilômetros.

Quase oito anos e quase dezoito mil quilômetros foram necessários para que o amor encontrasse seu caminho de volta. Quando há amor, o outro lado do mundo é logo aqui, dentro do coração. Americana, Komaki e Monte Azul. É apenas para o nosso casal que essas três cidades podem fazer parte da mesma rota.

Quantos caminhos podem ser percorridos em oito anos? O que se carrega dentro do coração e que não se perde? O Wellington disse que nunca esqueceu a Damaris. Amor-amuleto guardado dentro da bagagem.

Como a carta de amor de 2010, escrita com uma letra bonita, que a Damaris me traz como prova-pegada do caminho traçado até aqui.

A história desse casal é feita de distâncias, mas, também, de caminhos construídos para percorrê-las. O caminho de 2010, dentro da fábrica de trufas, foi traçado pela Damaris e bagunçado pelo Wellington. O desencontro de 2010 permitiu o encontro de 2017, o segundo caminho que trouxe nosso casal até Americana. Às vezes, é preciso atravessar um oceano, ou dois. Às vezes, é preciso errar para poder acertar mais adiante. Como um piloto que, olhando o mapa, decide pegar um atalho. Nosso mapa tem uma linha reta de 17.775 quilômetros entre Monte Azul e Komaki. O atalho é Americana.

Então, não bastassem dois caminhos, ainda foi possível construir um terceiro. Se é no desencontro que tantas vezes o amor se dá, é também na carona na Fiorino, na separação, no amor-amuleto, e, também, no susto! 2019 trouxe um caminho construído às pressas, com uma placa que diz: “Você não está sozinha”. É o caminho da família, a última distância vencida.

Hideki Heitor, o filho da Damaris e do Wellington, nasceu em 2020, é o bebê de nome duplo, meio brasileiro, meio japonês. Se a Damaris e o Wellington são caminhos, Hideki Heitor é o filho das distâncias, é o filho dos encontros.

Quer contar sua história? Me mande uma mensagem no e-mail:
colunahistoriasdocoracao@gmail.com

Carla Moro

Formada em Letras pela Unesp, Carla Moro faz neste blog um registro da trajetória dos casais! Quer sugerir sua história para a coluna? Envie um e-mail para colunahistoriasdocoracao@gmail.com