Editorial
Culpas compartilhadas
Por Redação
06 de março de 2021, às 11h12
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Americana e região retornam, a partir deste sábado, para o cenário mais restritivo das medidas de combates ao coronavírus em São Paulo. A medida é das mais impactantes para o setor econômico, dada a extensão de seus reflexos, mas se tornou imensamente necessária na visão do comitê de enfrentamento à doença formado no governo estadual.
O retrocesso para a fase mais restritiva se dá em meio ao pior momento da pandemia. Nos últimos dias, o Brasil assistiu a recordes diários sendo quebrados em relação ao número de mortes pela doença. As estatísticas e suas consequências, porém, não são fruto do mero acaso natural, mas sim de uma combinação fatal que envolve, em grande parte, o comportamento popular.
A mortalidade inédita que ocorre no País encontra resposta na incapacidade dos cidadãos de compreenderem e respeitarem as determinações de autoridades de saúde. Das mais básicas e banais, como o uso de máscaras e álcool em gel, às de maior esforço e, consequentemente, importância, como a proibição de promover aglomerações.
Há meses, os brasileiros ignoram a pandemia ou tratam-na como o presidente Bolsonaro, uma “gripezinha” ou “mimimi”. Festas e reuniões entre familiares e amigos voltaram a ocorrer aos montes e sem qualquer preocupação. Sem contar a audácia de quem promove eventos ilegais que falseiam o cumprimento de regras sanitárias.
Junte-se à ignorância da população – cujo cansaço dos meses de restrições não é motivo algum para se abster, no mínimo, do uso de máscara – novas variantes do coronavírus em circulação e um lento e desorganizado processo de vacinação.
A culpa não é só de governos, como querem fazer crer alguns, mas compartilhada com seus governados, que se contradizem ao pedir proteção e ao mesmo tempo, subjugá-la ao achismo ou desprezo. Para tal comportamento, não há vacina que o evite.
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