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Covardicídio contra as mulheres
Por João Rodella
22 de dezembro de 2020, às 08h14
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Se algumas ou centenas, não sei. Sei que a princesinha do papai e da mamãe, se se enganou e casou-se com um brucutulino, em pouco tempo para falar ao prepotente, mandão e ditador, às vezes alcoolizado, noutras drogado, tem que colocar armadura e elmo. Se não se apetrechar, antes de dizer o primeiro “a” já será candidata a defunta.
Tal tem sido a sina de muitas mulheres que se casaram alimentando mil fantasias, desejos de felicidade, construção de um lar, companheirismo, rebentos sorridentes e felizes.
A realidade tem sido muito diferente. Quando percebem o inimigo está dentro de casa, dormindo com elas, exigindo o “pátrio poder” na marra. Se contrariarem em algo, são ameaçadas de surras. Se reclamarem, vão transformar-se em “presunto” indo ocupar covas escondidas na mata.
Tão frequente no dia a dia, esse desfecho machista resultará num cadáver, um assassino e em filhos dispersos marcados para sempre.
Não à toa, pais com “princesas” em casa receiam casamentos precipitados pois, como parece que o amor é cego, nenhuma advertência surte efeito, mesmo havendo pistas claras.
Se se casa sem exame pré nupcial físico, o que jamais deveria ocorrer, deveria exigir-se o exame mental para avaliar-se a índole do futuro capataz.
Ou se muda o enfoque e o protocolo desse importante passo social rodeado de sonhos e fantasias, ou o inferno e depois o necrotério serão cada vez mais frequentes e a sociedade, como um todo, mais desgraçada.
P. S. Muitas no cartório quando assinam a certidão, assinam a sentença de morte. Aquelas que se juntam, estão jogando a vida na roleta.
João Rodella, do Espaço Literário Nelly Rocha Galassi
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