Coronavírus? Qual coronavírus? O 19, o 20, 21 ou estendendo-se até 22 ou mais? Veio, espalhou-se, acalmou, mas replicou devido festas do final de 2020, esse ano tétrico e repelente.

Se o vírus endoidou e espraiou-se, o povão endoideceu. Basta ver os convívios e centros comerciais lotados. Qualquer formigueiro seria mais ralo. As formigas vivem aumentando a despensa, daí seu vaivém. Quanto ao povo, está pondo a vida em risco, algo que, para os abusadores, está valendo pouco, tão pouco que shows, loiras geladas, pagodes, paqueras, etc, estão em alta, enquanto a vida está em baixa, como aquelas centenas de covas comprovam amazonicamente falando.

A Covid-19 foi uma tremenda rasteira para chacoalhar a mente da humanidade, cada vez mais materialista pelo din-din e safadezas de alcovas. Foram “pancadas na moleira” para que percebamos quem somos, como somos frágeis, vulneráveis e, com certeza, nos coloquemos no devido lugar, dando novo rumo à vida que, apesar de difícil e cheia de problemas, é a que temos para viver, se possível tornando-a mais valiosa, útil, proveitosa, cheia de afetos e próxima dos nossos próximos.

Pelas máscaras no queixo, como se fossem retentores de baba, no braço pendurada, no bolso, na testa como se fossem óculos de sol, dá para perceber como os descuidados “levam a vida”, sem notar que com essas condutas estão “dando mole” para a morte, talvez antecipando-a.

Conclusão: se estão dando brecha, panacamente falando, demonstrando relaxamento e teimosia, bons cidadãos não são. Então, se estão querendo, “que a morte os carregue”, que seja. Será menos povaréu na multidão dos desrespeitadores do próximo e da democracia ainda não bem entendida no seu significado quanto aos deveres e direitos humanos.

João Rodella, do Espaço Literário Nelly Rocha Galassi