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Combate à desinformação

A desinformação atua como um vírus, se expande rapidamente e também mata

Por Paulo Roberto Botão

02 de abril de 2021, às 09h59 • Última atualização em 02 de abril de 2021, às 10h01

A pandemia do coronavírus é uma das maiores tragédias de todos os tempos e tem deixado um rastro de mortes e muitas lições. Uma delas é a de que a desinformação atua como um vírus, se expande rapidamente e também mata. É neste contexto que se celebra, neste 2 de abril, o Dia Internacional da Checagem de Fatos.

O fact-checking é uma metodologia de verificação de informações de interesse público que circulam na mídia, tanto na imprensa quanto nas redes sociais. E o seu objetivo é conter a disseminação de informações falsas, sobretudo aquelas que viralizam e podem causar danos.

A atividade ganha destaque com a criação, em 2015, da IFCN (International Fact-Checking Network), que reúne mais de 150 instituições. No Brasil, há mais de uma dezena, entre as quais Lupa, Aos Fatos, Fato ou Fake, Estadão Verifica e Uol Confere.

A partir da IFCN foi desenvolvido um código de ética para a checagem, que define princípios como a transparência em relação à metodologia, ao financiamento e às fontes utilizadas. O documento ainda impõe compromissos com o apartidarismo e com uma política pública de correção de erros.

Mesmo desenvolvido por organizações independentes e incorporado por empresas jornalísticas, como gênero ou editoria, o alcance do fact-checking, infelizmente, ainda é pequeno. Muitas vezes não se atinge as populações mais bombardeadas pela desinformação. É preciso melhorar no campo da linguagem, dos formatos, da monetização e no acesso a dados sobre gestão pública.

O combate à desinformação exige muitas ferramentas e a checagem de fatos é apenas uma delas. É preciso investir em aprimoramento na legislação, tecnologia, colaboração e, o mais importante, conscientização. Sem a adoção da educação midiática como política pública não se obterá uma transformação efetiva da realidade.

*Paulo Roberto Botão é jornalista e mestre em Comunicação Social.

Colaboração

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