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Pelas Páginas da Literatura

Com nova adaptação para os cinemas, ‘Duna’ é clássico que encanta por particularidades

Livro clássico de ficção científica ganhou adaptação do celebrado diretor Denis Villeneuve; história acompanha saga de uma família em planeta dominado pela seca

Por Marina Zanaki

21 de outubro de 2021, às 14h19

O clássico da ficção científica “Duna”, de Frank Herbert, chega às salas de cinema em uma adaptação do aclamado diretor Denis Villeneuve. O livro é uma verdadeiro calhamaço que encanta por suas particularidades, e para os fãs da obra sua transposição para o cinema é muito aguardada.

A história se passa em um futuro intergalático, onde a família Atreides se muda de sua terra natal para assumir a gestão do planeta Duna. O local é um completo deserto, e a falta de água marca toda a cultura e sociedade dali. O comando do planeta passa à mão do duque Leto Atreides, que tem um relacionamento com Lady Jéssica, uma espécie de maga – classe chamada nesse universo de Bene Gesserit.

História acompanha saga de uma família em planeta dominado pela seca – Foto: Divulgação

O filho do casal, Paul Atreides, é o protagonista da trama. Lendas e crenças locais a respeito de um messias parecem dizer respeito ao jovem, e o livro vai se desenrolar em torno desse mito que envolve a possível divindade de Paul.

A obra tem uma forte pegada ambientalista, já que tece diversas reflexões sobre a relação entre os seres humanos e a natureza. Além disso, introduz a temática da adoração religiosa – algo que será aprofundado apenas na sua sequência, “Messias de Duna”.

Para além de qualquer ansiedade normal que os fãs de uma obra têm com sua adaptação cinematográfica, “Duna” também guarda um aspecto especial nesse sentido. No livro, quase todas as cenas de ação são narradas apenas posteriormente em diálogos, e o leitor não acompanha as grandes batalhas e cenas épicas.

Longe de ser um problema (apesar de provocar certa frustração), parece proposital que os grandes momentos dessa história sejam entregues ao leitor por meio de versões – assim como a própria construção de um mito em torno de Paul Atreides ocorre por visões parciais, e está longe de ser uma verdade absoluta.

Nesse aspecto, “Duna” lembra uma peça de teatro, onde os diálogos contam ao espectador tudo aquilo que era grandioso demais para ser feito em um palco. A promessa do filme, pelo menos para mim, é poder assistir às grandes cenas de “Duna” que são escondidas em meio à tantas versões dessa história que são apresentadas ao leitor.

Ainda não assisti ao filme, mas indico fortemente a leitura de “Duna” e a sequência inevitável “Messias de Duna”. A primeira obra apresenta o universo e os conflitos, que serão desenvolvidos e concluídos apenas na segunda parte.

A trilogia original contém ainda o livro “Herdeiros de Duna”, que ainda não li. O universo criado por Frank Herbert conta com mais três obras escritas pelo autor e muitos outros pelo filho do escritor, Brian Herbert.

O filme pode ser uma boa introdução ao universo, mas a escrita peculiar de Frank Herbert merece ser conhecida. Não é à toa que “Duna” é considerado o principal livro de ficção científica já escrito.

Marina Zanaki

Repórter do LIBERAL, a jornalista Marina Zanaki é aficionada pela literatura e discutirá, neste blog, temas relacionados ao universo literário.