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Cotidiano & Existência

Cada um para si e Deus para mim

Por Gisela Breno

04 de setembro de 2024, às 15h22

Em um mundo cada vez mais fragmentado, onde as relações se tornam superficiais e o outro, seja quem ele for, não me diz respeito, cresce, feito praga, uma terrível maneira de viver: cada um para si e Deus pra mim.

Transformamo-nos em navegantes solitários, aprisionados pelo mares do nosso ego; construímos fortalezas em torno de nossos desejos e de tudo e todos que nos interessam, e, ofuscados também pelo brilho das telas não percebemos nem o outro, tampouco suas cruzes e necessidades.

Batemos em nossos peito, clamando ao Divino prosperidade, bênçãos, benefícios, que têm endereços e CPF certos e, unidos a uma corrente de fé individualista, que, frequentemente O louva com a boca , mas guarda distância Daquela que, sem obras é morta, percorremos caminhos cada vez mais distantes daqueles traçados pelo Criador.

Obscurecidos, somos então incapazes de compreender que a vida se constrói não isoladamente, mas em comunhão; na solidariedade e não no egoísmo; que a plenitude não se encontra na posse, mas na partilha.

E, enquanto, o cada um pra si é um lema que move nossas ações e pode nos proporcionar até bens materiais e o “Deus para mim” uma promessa de um céu, a vida, em seu curso, só faz sentido quando pautada pela solidariedade, pela compaixão, pela inclusão, pelo cuidado com os esquecidos pelo mundo, na certeza de que ELE é para todos e por todos.

Gisela Breno

Professora, Gisela Breno é graduada em Biologia na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e fez mestrado em Educação no Unisal (Centro Universitário Salesiano de São Paulo). A professora lecionou por pelo menos 30 anos.