Define-se o fenômeno bullying, que nasce dentro dos portões escolares, por ser atitudes violentas, repetitivas ao longo do tempo, com desequilíbrio de poder de autores contra as vítimas. Ele ocorre por diversos motivos relacionados a intolerâncias e um que se destaca é o racismo.

São ações violentas de modo físico – conhecido por injúria real, psicológico ou sexual contra estudantes negros. Tudo pela intolerância racial. Basta o estudante ser negro e por motivos estereotipados por chamar atenção de seus algozes para iniciar a violência bullying e o cyberbullying. São ações que resultam em menosprezar e ridicularizar estudantes negros.

Ao se sentir humilhada a vítima demonstra declínio no rendimento escolar, isolamento social, depressão, tentativa de suicídio, automutilação, agressividade, insônia, terror noturno e o abssenteísmo escolar.

Isso sempre acontece no pátio, nos corredores, nos sanitários, na entrada e saída das escolas, nos intervalos e também durante as trocas de aula. E geralmente quando não há nenhum funcionário escolar presente.

Muitos estudantes que presenciam as agressões não se manifestam de forma contrária por medo de retaliações. E algumas destas testemunhas aplaudem a conduta dos considerados valentões por medo de serem elas as próximas vítimas deste tipo de violência.

A existência do preconceito racial impera na sociedade brasileira desde o século 19, no período colonial, e chegou por aqui com a migração e escravidão das pessoas trazidas do continente africano, sob o regime de escravidão.

E aqui no Brasil, mesmo logo após a assinatura da Lei Áurea, as pessoas negras continuaram vítimas de intolerância e isso predomina até os dias de hoje . Intolerância esta por não aceitar as condições antropológicas, culturais, religiosas das pessoas negras. E preconceituosas advindas de conceitos que ferem a honra e as características da raça negra.

João Francisco Mantovanelli é educador e escritor