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Editorial

Bolsonaro e a velha política

Por Redação

03 de fevereiro de 2021, às 08h50 • Última atualização em 03 de fevereiro de 2021, às 10h40

Parece difícil que o eleitorado de Jair Bolsonaro não tenha percebido que o então candidato em 2018, que criticava o que chamava de velha política e seus hábitos pouco republicanos, como o “toma lá dá cá”, hoje é um adepto deste modo de governar. As eleições no Congresso, nesta segunda-feira, foram um exemplo de modus operandi. Ambos os nomes alinhados ao governo conseguiram conquistar a presidência das casas legislativas.

Arthur Lira (PP-AL) foi eleito presidente da Câmara dos Deputados, com 302 votos, um placar largo contra o adversário Baleia Rossi (MDB-SP), ligado ao grupo do então presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ). No Senado, o comando ficou com Rodrigo Pacheco (DEM-MG). O senador foi eleito com o apoio do presidente Bolsonaro e de outros dez partidos, com 57 votos, derrotando outro nome do MDB, Simone Tebet, deputada pelo Mato Grosso do Sul.

Apesar de agora negar, o presidente teve uma significativa influência nas escolhas do poder que, na prática, deveria funcionar como um fiscal do Executivo. Conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo, visando o apoio político para garantir aliados no comando da Câmara e do Senado, o governo de Bolsonaro liberou pouco mais de R$ 500 milhões em emendas às vésperas da eleição no Congresso, um volume recorde para o mês.

Para além da medida típica da velha política, o presidente já havia feito um movimento que demonstrava a contradição do que vendeu para o eleitor em 2018 e o que agora pratica. Bolsonaro se aliou ao chamado Centrão, o bloco que justamente era alvo de suas críticas.

Se o eleitor se sentirá enganado ou vítima de estelionato eleitoral, caberá a cada um se entender com o próprio voto. Com o Congresso comandado por suas indicações, Bolsonaro não poderá mais atribuir aos deputados a culpa por travar os projetos. Haverá, então, governo? A conferir.

O Liberal

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