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Beleza exótica
Por Katya Forti
05 de janeiro de 2021, às 08h08
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Recorrendo ao dicionário com o objetivo de encontrar uma definição para o termo exótico, eis o que segue: “Que não é comum; que expressa extravagância ou excentricidade: animal exótico. Não natural; que não nasceu no país nem na região onde habita; estrangeiro, importado: vegetação exótica”.
Mas vamos entender esta beleza exótica, como algo singular, que diferencia cada indivíduo, localidade ou objeto, por sua particularidade, e que por essa razão, na percepção de alguns torna-se especial.
Para aqueles que aparentemente nada demonstram, em um primeiro momento, mas que vez por outra nos surpreendem com a espontaneidade de um gesto, ou um sorriso, e de fato nos encanta, no sentido exato que este dom natural representa.
E das memórias afetivas há muito tempo já vividas, trago uma frase que sempre esteve presente em minha lembrança: “o moço claro de olhos raros.”. Créditos de autoria para querida amiga e também escritora Ieda de Paula, e integra um poema que ela escreveu há alguns anos, onde expressa toda a sensibilidade de sua alma.
Bem como o poema de Olavo Bilac: Língua Portuguesa, onde tal beleza se revela, aos que têm olhos de ver.
“Última flor do Lácio, inculta e bela. És, a um tempo, esplendor e sepultura: ouro nativo, que na ganga impura a bruta mina entre os cascalhos vela… Amo-te assim, desconhecida e obscura. Tuba de alto clangor, lira singela. Que tens o trom e o silvo da procela. E o arrolo da saudade e da ternura! Amo o teu viço agreste e o teu aroma. De virgens selvas e de oceano largo! Amo-te, ó rude e doloroso idioma. Em que da voz materna ouvi: “meu filho!” E em que Camões chorou, no exílio amargo. O gênio sem ventura e o amor sem brilho!”
Katya Forti é pedagoga e autora
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