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Auxílio é necessário; corte de salários não

Por Antonio Tuccilio

26 de fevereiro de 2021, às 08h52

Não é segredo para ninguém que desde o início da pandemia a situação econômica de centenas de milhares de famílias, foi dramaticamente afetada. Nesse cenário, o auxílio emergencial de R$ 600,00 pago em 2020 representou um alívio, um respiro para essas pessoas. Ao que parece o governo federal se aproxima da aprovação de um novo auxílio emergencial por “mais alguns meses”. É uma boa notícia, considerando a situação das mesmas.

O problema é a maneira como o ministro da economia, Paulo Guedes, pretende tratar o tema. Se de um lado fala em prover uma fonte de renda para os mais necessitados, de outro quer repassar a conta para os servidores públicos. O ministro da Economia estuda incluir na lei cláusula de redução da jornada de trabalho (e consequentemente de salário) dos servidores públicos para ‘cobrir’ o orçamento do novo auxílio emergencial.

Ao que parece, certamente o ministro não se deu ao trabalho de buscar fontes mais factíveis de recursos para arcar com os custos do novo auxílio emergencial. Pois vamos ajudá-lo a saber de onde tirar receita sem prejudicar o país.

Primeira fonte: cortar os penduricalhos dos poderes Legislativo e Judiciário. Segunda fonte: redução de emendas parlamentares (pelo menos durante a pandemia) e acabar com o fundo público partidário, que só em 2019 consumiu R$ 1 bilhão. Importante: uma expressiva parcela desses recursos foi destinada pelos partidos para pagamento de salários a parentes, amigos e até políticos sem mandato.

O auxílio emergencial é necessário. Isso não se discute. Mas, ao que parece, é muito fácil jogar essa conta exclusivamente para o servidor público. Senhor Paulo Guedes, os servidores também têm famílias, pagam contas e precisam sobreviver.

Antonio Tuccilio é presidente da Confederação Nacional dos Servidores Públicos (CNSP)

Colaboração

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