Ao leitor deste espaço, poderia se pedir desculpa pela repetição e insistência na pauta. Pela segunda vez, o assunto da semana não foi outro que não a solidariedade. Mas seria tolice não destacar o impacto imensamente positivo da iniciativa de abrigar pessoas em situação de rua no galpão da Fidam, em Americana.

A chegada de uma frente fria geladíssima e histórica mobilizou um grupo de voluntários de entidades diversas do município a buscar uma alternativa de acolhimento para os que vivem ao relento. Com o apoio e parceria da prefeitura, a escolha da Fidam para que qualquer um pudesse encontrar proteção ao frio – inclusive fiéis companheiros caninos – repercutiu de maneira imediata, gerando comoção, empatia e adesão à causa.

A mera notícia da ação que se organizava já foi o suficiente para que uma inédita quantidade de pessoas e empresas se propusesse a contribuir de alguma forma. E as contribuições foram mais do que as necessárias. Muito mais.

A foto que o LIBERAL estampou na capa da edição virtual desta sexta-feira é a prova do tamanho da solidariedade que pode ser encontrada no povo americanense: uma pilha de roupas doadas suficientes para, quem sabe, uma centena de pessoas ou mais. Fora o vestuário, alimentos e até ração para cachorro também não faltaram, muito menos a atenção necessária a quem pode viver uma vida toda solitária e invisível nas ruas, reféns de dramas pessoais e ignorados pelo poder público e por uma enorme parcela da sociedade.

Por fim, o trabalho dos voluntários que colocaram a mão na massa e fizeram a estadia acontecer é elogiável e de se orgulhar. Não fosse a iniciativa deles de provocarem a mobilização, talvez tivéssemos uma ação menor ou inexistente. E, felizmente, o empenho foi de pronto reconhecido, haja vista todo o apoio popular que encontraram de uma Americana que é solidária. Que exemplos do tipo perdurem.