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Artigos de leitores

Alma Flutuante

Por Katya Forti

19 de julho de 2020, às 10h07

Eis que segue a alma flutuante, percorrendo distâncias infindas, em seus voos de liberdade. Do corpo faz o seu invólucro, porém inquieta ali permanece, como se algo lhe faltasse ou lhe impedisse de conquistar o que almeja.

Em sentido metafórico, quando nos encontramos demasiadamente exauridos, esgotados, dizemos: “do jeito em que me encontro hoje, vai demorar um bom tempo, para a alma voltar para o corpo”.

Mas esta expressão denota um significado mais abrangente, a partir do momento em que os pensamentos encontram-se conectados com aquilo que buscamos.

Indo um pouco mais além da materialidade que ao nosso redor é tangível, no sentido exato do termo. Alinhados a esta forma/pensamento, estão nomes relevantes da literatura, dentre eles, Castro Alves. É de sua autoria a conhecida coletânea de poemas que tem como título: “Espumas Flutuantes” publicada em 1870.

Este livro nascera numa época em que o autor lutava contra a tuberculose, que se agravara em função de um acidente numa caçada: a arma disparou e atingiu-lhe o calcanhar esquerdo, quando estava em São Paulo prestigiando a estreia de sua peça “Gonzaga ou a Revolução de Minas”.

Único publicado em vida, reúne poemas escritos em diferentes épocas, abrangendo variados temas de sua poética. Pela 1ª vez no Romantismo Brasileiro, um autor une em sua obra experiência e inspiração, dando nova face à poesia amorosa.

Outro ponto que o poeta inclui em sua obra, que o difere dos demais românticos de sua geração, é que em sua poesia, além de mostrar o desequilíbrio entre seu “eu” e o mundo, ele tem consciência dos problemas humanos e busca meios de solucioná-los. Reside pois, nesta herança cultural, algo valioso em nossos dias.

Colaboração

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