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Ações contra a desigualdade

Por Célia Parnes

11 de setembro de 2021, às 09h07

As ações voltadas à redução das desigualdades devem ser encaradas de forma multidimensional, transdisciplinar e transversal, assim como todas as políticas públicas destinadas a erradicar a pobreza. Pensando nisso, o governador João Doria, lançou, em São Paulo, o Programa Dignidade Íntima, com a   distribuição de absorventes, além de orientação para prevenção de doenças, ações de empoderamento feminino, e abertura para diálogos e discussões sobre violência doméstica.  

A complexidade da pobreza menstrual está alicerçada em pilares muito mais herméticos do que se imagina, exigindo dos gestores a múltipla habilidade para trabalhar o tema de forma transversal.  

Além da falta de acesso a absorventes adequados, papel higiênico, sabonetes e outros itens de higiene, questões estruturais como banheiros seguros, saneamento básico e coleta de lixo afetam de maneira arrebatadora o desenvolvimento humano das meninas e mulheres que menstruam, mas que sofrem com a ausência desses itens básicos. 

Do ponto de vista emocional, a pobreza menstrual pode causar desconforto, insegurança e estresse, contribuindo, assim, para o aumento da discriminação sofrida por meninas e mulheres, podendo colocar em xeque a igualdade de oportunidades a que tem direito. Sem falar na ausência da escola durante o período menstrual, jogando luz sobre os efeitos ainda mais negativos da pobreza menstrual em jovens que frequentam o ambiente escolar. 

O programa Dignidade Íntima reforça o compromisso do governo do Estado com as pautas relacionadas às mulheres, tratadas como prioridade em São Paulo, tanto do ponto de vista da educação quanto do aspecto social e de saúde pública. É preciso coragem e ousadia para que um assunto, ao mesmo tempo delicado e importante, deixe de ser tabu e passe à condição de política pública voltada à dignidade de meninas e mulheres.

Célia Parnes é secretária de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo

Colaboração

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