Uma colcha de retalhos. Assim pode ser definida a nossa existência. A cada dia, a cada experiência vivida, a cada mágoa digerida ou não, um novo retalho é acrescentado. Alinhavados com a linha firme do amor e da confiança, é que devemos costurar cada um deles.

Mas não é o que acontece em todos os momentos de nosso viver. Circunstâncias outras, em sua grande maioria, as mais dolorosas, nos desviam de coser com serenidade, e as dores da alma resultam em muitos fios soltos pelo caminho.

Balouçando ao sabor do vento, essa instabilidade emocional nos deixa vulneráveis. Onde o risco dos rasgos é muito maior. Mas para que no decurso de nossa jornada, não deixemos ponto sem nó, “é preciso amar, as pessoas como se não houvesse amanhã”.

Adotando como traço de conduta, a certeza de que somos construtores do nosso próprio destino. E trabalharmos com afinco para isso. Jamais esquecendo de que tudo é evolução e aprendizado em nossa existência.

Não se trata de uma competição de alta costura, entre declarados rivais, como os lendários “Jacques Leclair” e “Victor Valentim”. Trata-se daquilo que habita em nosso íntimo ser. A nossa verdadeira essência. Que não merece ser anulada, e nem tão pouco arrebatada, pelo vendaval das ilusões.

É preciso que tenhamos força suficiente para suportar não se deixando influenciar pelas alfinetadas que levamos aqui e ali, por aqueles que não desejam o nosso bem, e que preferem atacar a outrem, como um mecanismo de defesa.

Não esquecendo-nos que tais pessoas, agindo desta maneira, assim procedem, por não saberem lidar com seus conflitos e dilemas morais. Deixemos que o tempo, o grande sábio, coloque cada coisa em seu lugar e conceda a cada um, segundo as tuas obras.

Katya Forti
Pedagoga e autora