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A importância de ser tocado

Por Daniela Belter Ferreira Ceni

13 de outubro de 2020, às 07h54

Embora pareça ser um assunto sem importância, há diversos estudos que tratam deste tema. Por que o “tocar” é objeto de pesquisas? Primeiramente, vejamos o que significa o termo tocar: colocar-se em contato com alguém; encontrar. “Minhas mãos tocaram nas dela; nossos lábios se tocaram”.

Quero retratar aqui o encontro de pessoas na forma presencial, ou seja, da importância do toque para uma pessoa, tanto em dar como em receber. O antropólogo e humanista inglês Ashley Montagu, ao escrever o livro Tocar – o significado humano da pele, descreve a pele como o primeiro órgão de comunicação humana, sendo uma porção exposta do sistema nervoso.

Lamentavelmente, com o passar do tempo, a cultura humana, em algumas situações, ensina que tocar nem sempre é bom, ou seja, é feio, inapropriado e mal-educado. O controle social “antitoque” vence, e por aparências e convenções sociais deixamos de ir ao encontro do outro com o toque do abraço.

O toque considerado mais natural e aceito socialmente é o da mãe para com seus filhos. A figura do pai (masculino) já não deve tocar, não fica bem. Ainda mais homem para com outro homem. O toque realmente é importante em nossas vidas? Sim, fundamental!

Observe, por exemplo, quando se perdoa alguém sobre algo, o que é importante para selar o perdão? Um abraço. Nessa reflexão, compreendemos que é necessário o tocar para o ser humano. Ajuda até em adquirir resistência contra doenças, criamos anticorpos. O afago, o carinho, a expressão de amor traduzida no toque afável traz bem-estar a quem recebe e a quem oferta.

A pandemia causada pela Covid-19 exigiu distanciamento social, mas trouxe a proximidade inesperada de quem já estava perto e distante ao mesmo tempo.

Daniela Belter Ferreira Ceni é especialista em Tecnologias Aplicadas à Educação

Colaboração

Artigos de opinião enviados pelos leitores do LIBERAL. Para colaborar, envie os textos para o e-mail opiniao@liberal.com.br.