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HABITAÇÃO

Em Sumaré, Vila Soma começa a receber iluminação regularizada

Regularização gratuita de energia deve atingir as mais de 2,7 mil famílias que moram na comunidade; investimento da CPFL será de R$ 12 milhões

Por Heitor Carvalho

25 de fevereiro de 2021, às 18h03 • Última atualização em 26 de fevereiro de 2021, às 15h03

Após o início das assinaturas dos contratos de compra e venda de terrenos pelas famílias da Vila Soma, em Sumaré, a ocupação começou a receber as primeiras obras de infraestrutura. No início da tarde desta quinta-feira (25), teve início a implantação da rede de distribuição de energia elétrica por parte da CPFL Paulista.

A distribuidora deve investir cerca de R$ 12 milhões na instalação da rede nas 32 ruas do bairro, sendo R$ 6,9 milhões em ações de eficiência energética e R$ 5,2 milhões em obras no local. Os trabalhos devem ser concluídos no segundo semestre desse ano.

Além disso, a distribuidora também afirmou que irá doar os padrões de entrada para as residências e distribuirá gratuitamente 11.136 lâmpadas de LED para os moradores do bairro, que compreende uma área de 1 milhão de metros quadrados.

A regularização das ligações clandestinas de energia vai beneficiar cerca de 6 mil pessoas, que ocupam o terreno atualmente.

Essa será a maior ação de regularização de ligações clandestinas já realizada pelo grupo CPFL Energia, que atende 9,8 milhões de clientes em 687 cidades nos estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Outros 70 estabelecimentos comerciais do Centro de Sumaré também terão suas ligações regularizadas.

Funcionários da CPFL puxam cabo de energia em poste na Vila Soma – Foto: Marcelo Rocha/O Liberal

“Acreditamos que esse é um projeto de extrema relevância para a cidade de Sumaré e que trará grandes benefícios para a comunidade. A iniciativa só foi possível graças à soma de esforços realizados pela empresa, em parceria com os órgãos públicos e lideranças comunitárias”, afirmou Roberto Sartori, presidente da CPFL Paulista.

No total, serão instalados 526 postes de iluminação pública com iluminação LED, oito quilômetros de redes de média tensão e 18 quilômetros de cabos de baixa tensão, além de 62 transformadores. A iniciativa teve o apoio do PEE (Programa de Eficiência Energética) da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

O presidente da CPFL, Roberto Sartori – Foto: Marcelo Rocha/O Liberal

Para o morador Giovani Dias da Silva, de 32 anos, que foi para a Vila Soma cerca de 15 dias após o início da ocupação, a chegada da energia elétrica no bairro é um divisor de águas.

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“É só alegria. Vai melhorar tudo. O que nós passamos com essa falta de energia é muito sofrimento. Sempre falta energia, eletrodomésticos queimam. Mas o mais importante é ter um comprovante de endereço com a conta de energia. Nós passamos muita humilhação lá fora por causa disso”, afirmou.

Solenidade

Uma pequena solenidade na quadra comunitária de esportes marcou o início das obras, por volta de 14h30, e contou com a presença do presidente da CPFL Paulista, Roberto Sartori, do prefeito de Sumaré, Luiz Dalben (Cidadania) e do presidente da câmara, Willian Souza (PT).

Vila Soma recebe primeiros postes de energia elétrica – Foto: Marcelo Rocha/O Liberal

“Aqui nessa quadra que a gente resistiu muito. Foi aqui que organizamos as mais de 70 passeatas contra a reintegração de posse e para trazer dignidade para as pessoas. A gente até nomeou esse local como a ‘quadra da resistência'”, afirmou o vereador Willian Souza.

Também estiveram presentes o deputado estadual Dirceu Dalben (PL), o deputado federal Carlos Zarattini (PT) e um representante da empresa Fema4 Administradora de Bens, que comprou o terreno em 2016 num leilão e o negociou com as famílias.

De acordo com prefeito Luiz Dalben, todo o processo de construção da infraestrutura básica na Vila Soma, como saneamento básico e asfalto, deve seguir um cronograma de cinco a dez anos de duração.

“Tem uma organização discutida entre a prefeitura, a ocupação, os proprietários da área e o Ministério Público do município. A prefeitura entra com a aprovação dos projetos e o investimento será entre o incorporador da área e os moradores, sem entrar um real dos cofres municipais”, disse.

O coordenador da Vila Soma, Edinho – Foto: Marcelo Rocha/O Liberal

Bastante emocionado, o líder comunitário e coordenador da ocupação Edson Gordiano da Silva, conhecido como “Edinho”, também acompanhou o evento.

Ele nasceu em Campinas em agosto de 1980, mas foi viver com a família no Paraná, onde trabalhou no campo. Em 2000, ele se mudou para Sumaré. Em 2012, no entanto, foi despejado do imóvel alugado onde morava com a sua esposa e seus três filhos no Jardim São Judas Tadeu.

Depois do despejo, ele foi com a família para a Vila Soma poucos dias após o início da ocupação e morou por cerca de 15 dias dentro do próprio carro.

“Passamos por muita dificuldade. Não tínhamos onde fazer nossas necessidades, também não conseguíamos arrumar alimentação, energia elétrica ou água encanada. Com o tempo, consegui um terreno. Construí um barraco de lona e depois um de madeirite. Hoje tenho minha casa própria”, contou. Hoje, Edinho é coordenador da Vila Soma, cargo que ocupa de 2016.

Tarifa social

A cobrança integral da conta de energia, no entanto, não será imediata. Nos primeiros seis meses após a regularização do sistema de energia elétrica, todos os clientes do local serão tarifados apenas até o limite de 100 kWh.

Os moradores que excederam esse valor não serão cobrados durante esse período de transição, para que se adaptem ao novo sistema de fornecimento de energia.

A CPFL Paulista afirmou que deve acompanhar para que todos os moradores da Vila Soma sejam cadastrados junto à tarifa social, desde que cumpram os critérios estabelecidos.

O benefício, oferecido a famílias de baixa renda, é aplicado de forma cumulativa para faixas de consumo que vão de 0 kWh a 220 kWh. A tarifa terá um desconto de 65% para os primeiros 30 kWh consumidos no mês. Para o consumo de 31 a 100 kWh/mês, o desconto será de 40%.

Finalmente, a parcela de consumo entre 101 e 220 kWh no mês terá 10% de desconto. Isso significa que, se o beneficiário da tarifa social tem um consumo mensal de 50 kWh, ele receberá um desconto de 65% sobre os primeiros 30 kWh e de 40% sobre os outros 20 kWh.

“Além de trazer mais segurança para toda a população com a eliminação das ligações clandestinas, esse investimento proporcionará mudanças importantes nos hábitos de consumo de energia dos moradores”, afirma Felipe Henrique Zaia, gerente de Eficiência Energética do Grupo CPFL.

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