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PANDEMIA

Uma em cada três mortes por Covid-19 em Sumaré foi registrada em março

Cidade lidera a RPT em casos confirmados e óbitos por coronavírus; foram 189 vítimas só no mês passado

Por André Rossi

02 de abril de 2021, às 07h54 • Última atualização em 02 de abril de 2021, às 15h17

Uma em cada três mortes provocadas pelo novo coronavírus (Covid-19) em Sumaré foi registrada em março deste ano. O mês foi o mais fatal na cidade desde o início da pandemia, com 189 óbitos.

O levantamento foi feito pelo LIBERAL com base nos boletins epidemiológicos divulgados pela prefeitura. Sumaré lidera a RPT (Região do Polo Têxtil) em casos confirmados, com 16.047. Entre as cinco cidades, também é a com o maior número de vítimas: 541.

O boletim da última segunda-feira trouxe 22 mortes, o maior número em um único informativo. A vítima mais jovem na ocasião era um homem de 33 anos, sem comorbidades, que faleceu no dia 25 de março.

UPA Macarenko, em Sumaré: sobrecarga na estrutura da cidade – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

O mês foi marcado pelo aumento expressivo no número de internações, o que pressionou o sistema de saúde da cidade. No dia 7 de março, o frentista Antonio Carlos Colin morreu, aos 52 anos, enquanto esperava um leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

O homem estava internado na UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) Macarenko desde o dia 27 de fevereiro. A família conseguiu uma liminar na Justiça para que uma vaga fosse concedida, mas o prazo para que a prefeitura e o Estado conseguisse a transferência venceu no dia da morte.

A sobrecarga no sistema se evidencia pelo número de internados. Em 1º de março, boletim da prefeitura informava que 49 pessoas estavam em leitos do município. Já a atualização mais recente, desta quinta-feira (1º), traz 114 pacientes, um aumento de 132%, mas que não especifica quantos estão em hospitais da região.

A prefeitura informou que existem 20 leitos com respiradores e 70 de enfermagem, somando as estruturas da UPA Macarenko e do Hospital de Campanha. No entanto, a administração não revelou as taxas de ocupação.

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Paralelamente, dados da própria prefeitura mostram que a pandemia segue numa crescente em Sumaré. Nesta quinta-feira, foram confirmados 282 novos casos da doença, o maior registro num único dia.

O secretário de Saúde de Sumaré, Rafael Virginelli, afirmou que a cidade tem atuado “além das suas competências” para prover a assistência à população “neste momento de extrema sobrecarga”.

“Tanto da rede pública quanto suplementar de saúde, atendendo pacientes que não têm suas solicitações de transferência contempladas com vagas em hospitais de referência via Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde)”, afirmou Virginelli.

Na segunda-feira, o vereador e presidente da câmara, Willian Souza (PT), questionou a prefeitura sobre o número de moradores que morreram na fila à espera de vaga em UTI pelo Cross, que é gerido pelo Estado. O LIBERAL também acionou a prefeitura, mas não houve resposta.

“O fechamento de alas do Hospital Estadual acaba acarretando numa diminuição do quadro e de profissionais da linha de frente. […] Nesse momento, o Estado precisaria dar amparo à RPT, em especial a cidade de Sumaré”, disse Willian, que integra o comitê de combate ao coronavírus na cidade.

Março também foi o mês mais fatal da pandemia na RPT. Juntas, as cinco cidades comunicaram 513 mortes no período de 31 dias.

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Foram 85 em Americana, 90 em Santa Bárbara d’Oeste, 22 em Nova Odessa e 127 em Hortolândia. Até o momento, a região soma 1.778 óbitos.

Outro lado

Questionada sobre a fila por UTIs, a Secretaria de Saúde Estadual informou que a demanda de transferência para casos de Covid-19 na Cross cresceu 117 % em comparação ao pico da pandemia. Atualmente, são cerca de 1,5 mil pedidos por dia, contra 690 em junho de 2020.

“A regulação depende da disponibilidade de leitos e de condição clínica adequada para que o paciente seja deslocado com segurança até o hospital de destino”, traz a nota.

A rede de saúde está impactada com o aumento de casos e internações por COVID-19. Há mais de 31 mil pessoas hospitalizadas diariamente em virtude da doença.

A taxa de ocupação de leitos de UTI exclusivos para coronavírus ultrapassa 92% no Estado. Nesta quinta-feira, haviam 13 mil pessoas internadas em UTI.

“Para fazer frente a este cenário, o Governo de SP tem investido na ampliação de leitos e somente em março anunciou a abertura de mais de 1 mil leitos e 12 hospitais de campanha”, disse o Estado.

Agora, em abril a rede pública de saúde passa a contar com mais de 9,2 mil leitos de UTI, contra 3,5 mil antes da pandemia. “Ainda assim, é importante que a população respeite a Fase Emergencial do Plano São Paulo, use máscaras, respeite o distanciamento social e fique em casa”, completa o Estado.

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