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Covid-19

Pandemia muda rotina de circo em Sumaré

Sem espetáculos, comunidade circense de 120 pessoas reúne doações e prepara apresentações online

Por Isabella Holouka

01 de maio de 2020, às 19h31

Os artistas do Circo Portugal Internacional, instalado na Avenida Ivo Trevisan, em Sumaré, viram a rotina mudar com a pandemia do novo coronavírus. Há cerca de 50 dias sem público, eles reúnem doações e se reinventam, com apresentações pela internet.

“Quando começou a pandemia, a gente desmontou [o circo], porque não ia mais ter espetáculo. ‘O inimigo do circo é o temporal’. Surgiu a ideia de fazer uma live. Todo mundo se jogou de cabeça e deu um resultado bom para a gente”, contou ao LIBERAL o produtor do circo, Bruno Souza, de 33 anos, nesta sexta-feira (1º).

A transmissão do espetáculo, disponível no canal da companhia no Youtube, já ultrapassou 68 mil visualizações. A apresentação rendeu a doação de 94 cestas básicas.

Com 120 pessoas, sendo 20 crianças, o grupo conta com artistas de diversos estados brasileiros, além de circenses chilenos, argentinos e peruanos.

“Agora ficou uma coisa que ninguém sabe o que faz, ficamos conversando, jogando sinuca. Só saímos daqui para ir ao mercado, para atendimento médico, principalmente as grávidas”, disse.

A estreia na cidade foi em 26 de fevereiro e a intenção era se apresentar em municípios no interior do Estado de São Paulo, incluindo Santa Bárbara d’Oeste e Nova Odessa.

Bruno contou que, devido à pandemia, foram liberados do pagamento do aluguel do terreno em que estão instalados, com 20 trailers e 10 caminhões, além do próprio circo. Também foram dispensados da cobrança pelo uso de água.

“Estamos aqui, não podemos sair porque é um custo, não temos dinheiro para mudar o circo para ir para outra cidade e não tem porquê, se vamos chegar lá e ficar parados. O caro é a mudança, o diesel dos caminhões e o terreno”, afirma.

Segundo ele, a folha de pagamento do grupo “é pesada”, em torno de R$ 25 mil semanais, incluindo salários e encargos. Entretanto, sem bilheteria, os pagamentos precisaram ser suspensos.

“Não demitimos ninguém e ninguém queria ir embora. Quem está nos ajudando mesmo é a população de Sumaré”, afirma.

Enquanto dura a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o grupo conta com a solidariedade do público, enquanto prepara novas apresentações online, que devem ser agendadas até o final do mês. Quem quiser ajudar pode doar valores em dinheiro, alimentos ou produtos de higiene e limpeza.

O LIBERAL telefonou nesta sexta-feira para a empresa sumareense Alfaled, apontada como produtora da live, mas não conseguiu contato. Também questionou a BKR Ambiental, concessionária em Sumaré, sobre a isenção no pagamento de tarifas de água, que disse desconhecer a situação e que averiguaria nos próximos dias.

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