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Análise

Ouvidoria questiona Polícia Militar sobre mortes em Sumaré; foram cinco em 21 dias

Responsável afirma que fará ação minuciosa, sem 'pré-julgamento'; quinto caso foi na última terça-feira

Por George

09 de maio de 2020, às 08h59 • Última atualização em 09 de maio de 2020, às 10h25

A Ouvidoria da polícia do Estado vai questionar a PM (Polícia Militar) sobre as cinco mortes ocorridas em confrontos com a corporação em Sumaré em um período de 21 dias. A última aconteceu na terça-feira (5), no Residencial Ipiranga.

Todos os mortos eram suspeitos de crimes e, em ao menos quatro casos, atiraram antes, segundo a polícia. O ouvidor Elizeu Soares Lopes diz que os fatos “chamam a atenção”, mas que precisa analisar as circunstâncias das mortes para não fazer “pré-julgamento”.

De acordo com ele, só as informações mais detalhadas vão indicar se foi uma coincidência haver tantos casos em curto período ou se isso representa uma tendência. Em todos os três primeiros meses do ano, por exemplo, foram três mortes em confronto com a polícia na cidade.

No dia 15 de abril, suspeito foi morto pela PM em casa com explosivos no Jardim das Palmeiras – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

A Ouvidoria sempre pede informações à Corregedoria da PM quando há mortes em decorrência de intervenção policial, mas fará uma ação “mais minuciosa” nesses casos, diz Lopes.

Em quatro dos cinco episódios, a polícia diz ter sido recebida a tiros por suspeitos de crimes que foram mortos quando os PMs revidaram. Em um deles, ocorrido na segunda-feira (4), não consta no boletim de ocorrência se o suspeito, de 17 anos, tinha atirado ou ameaçado fazer isso.

O registro informa que, após roubar um carro no Jardim Santa Terezinha e ser perseguido, ele se escondeu em um canavial e foi morto. A polícia diz que uma arma com três cápsulas deflagradas foi encontrada, mas o boletim não especifica se algum disparo foi realizado no local. “Têm que estar descritas todas as circunstâncias do episódio”, afirmou o ouvidor.

A reportagem perguntou para a SSP (Secretaria Estadual de Segurança Pública) qual foi a justificativa para os disparos, mas não obteve resposta.

O LIBERAL também tentou falar com o tenente-coronel Carlos Eduardo Fanti, comandante do 48º Batalhão da PM, em Sumaré. A informação foi de que ele estava em reunião. A reportagem deixou recado, mas não houve retorno.

A última morte, ocorrida na terça-feira, foi de um homem de 27 anos, no Residencial Ipiranga. A PM foi a uma casa em construção verificar se no local havia um procurado pela Justiça.

O homem fugiu quando os policiais chegaram e tentou atirar em um deles, de acordo com a SSP (Secretaria Estadual de Segurança Pública). Os policiais então o balearam em “legítima defesa”, segundo a SSP. O socorro médico foi acionado, mas o suspeito morreu no local.

As armas do suspeito e do policial foram apreendidas e encaminhadas para perícia.

A SSP Informou, em nota enviada à reportagem, que os casos são investigados, assim como qualquer morte decorrente de intervenção policial é apurada pela Polícia Civil e pela PM, com acompanhamento da Corregedoria e comunicação ao Ministério Público.

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