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Odebrecht

Justiça arquiva investigação contra Cristina Carrara e Professor Tito

Ministério Público Federal afirma que não foram encontradas provas de que os dois receberam propina da Odebrecht Ambiental

Por Leonardo Oliveira

09 de outubro de 2019, às 15h13 • Última atualização em 09 de outubro de 2019, às 15h23

A Justiça Federal de Campinas arquivou nesta semana um inquérito do MPF (Ministério Público Federal) que apurava o uso de caixa dois pela ex-prefeita de Sumaré, Cristina Carrara (PSDB), e pelo ex-deputado estadual Francisco de Assis Pereira de Campos, o Professor Tito (PT). Os dois eram acusados terem recebido R$ 900 mil da Odebrecht Ambiental durante as eleições municipais de 2012.

O próprio órgão acusador pediu o arquivamento da denúncia no mês passado, alegando que não houve provas que corroborassem a delação premiada do ex-diretor da empresa, Guilherme Pamplona, realizada dentro da Operação Lava Jato. “Ele não apontou a forma como pagamento foi feito, não apontou nenhuma linha possível para o rastreamento dos valores”, diz a manifestação do MPF.

Foto: Arquivo / O Liberal
A ex-prefeita Cristina Carrara (PSDB)

Um assessor de Cristina que também foi envolvido no inquérito também acabou inocentado. “A delação que fez acusações a mim e ao meu assessor não se mostrou verdadeira, tanto que após investigação por dois órgãos do Ministério Público, Polícia Federal e Câmara Municipal de Sumaré, nada se provou”, disse a ex-prefeita ao LIBERAL.

O conteúdo da delação premiada de Pamplona consta no documento do MPF. Cristina foi acusada pelo ex-executivo da Odebrecht Ambiental de receber R$ 600 mil para favorecer a empresa durante o processo de concessão do DAE (Departamento de Água e Esgoto).

Foto: Arquivo / O Liberal
O ex-deputado estadual Francisco de Assis Pereira de Campos, o Professor Tito (PT)

Segundo o delator, a propina teria sido oferecida meses antes das eleições municipais de 2012, vencidas por ela, e entregue ao seu assessor, que posteriormente assumiu a Secretaria de Governo. Já o Professor Tito, rival de Cristina naquela eleição, também foi acusado de ter recebido R$ 300 mil na ocasião.

Na delação, o ex-diretor da empresa conta que fez um levantamento no Estado de todos os municípios com potencial de participação privada e de seus principais candidatos à prefeitura. Foi detectado um grave problema de esgotamento sanitário em Sumaré e, por isso, ele diz que ofereceu o montante aos dois agentes políticos para conseguir a concessão dos serviços de água.

A Odebrecht Ambiental assumiu o serviço em 2015 e no ano seguinte acertou a venda de 70% de seu capital para a BRK Ambiental, que hoje é quem administra a concessão. A privatização do serviço continuará sendo investigada pelo Ministério Público Estadual.

A reportagem não conseguiu contato com o ex-deputado estadual Francisco de Assis Pereira de Campos até a publicação desta reportagem.

“O arquivamento desse processo foi justo, pois toda a construção da acusação estava baseada em mentiras. Nada foi encontrado, pelo simples fato de nunca ter praticado os atos a ela imputados”, afirmou o advogado Flávio Henrique Costa Pereira, sócio do departamento de Direito Eleitoral e Político do BNZ Advogados, responsável pela defesa de Cristina.

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